Wednesday, June 29, 2011

“Danúbio” (impressões pessoas)




Certamente que os leitores mais assíduos deste meu humilde espaço já terão sentido a falta das minhas habituais dissertações sobre as obras que vou lendo. Muitos terão pensado, lá no seu íntimo, que eu agora não tenho mais tempo para ler.

Pois bem, a razão pela qual demorei tanto a ler esta obra prendeu-se com o facto de esta ser classificada por mim como uma grande seca e não haver pachorra para a ler de uma só penada, tal como faço com alguns livros. Basta ler dois parágrafos deste livro para logo me chegar o sono. Acho que nunca li um livro que me tenha despertado tão pouco interesse como este.

O tema do livro até seria interessante, caso fosse abordado de uma outra forma. Com este senhor italiano é o degredo. É que não há a mínima possibilidade de lhe seguir o raciocínio, por mais que se tente e por mais que se esteja com atenção. Aborda cada assunto que não é para ali chamado para a crónica de viagens que deveria ser esta obra.

Mas o público está lá interessado no que ali se passou em mil seiscentos e tal ou se naquela casa nasceu alguém de quem nunca ouvimos falar, um filósofo qualquer? Depois este escritor foi influenciado por outro, que por sua vez teve influências de outro ainda. Chega-se ao final do parágrafo e já nem se sabe de quem é que ele está a falar. É incrível!

Atenção, pelo que li, este senhor dá aulas! Se ele divagar tanto a dar a matéria como divagou nesta obra, a taxa de reprovação nas suas aulas deverá ser elevadíssima. Os alunos não devem lá pôr os pés, e os que ainda têm coragem de comparecer, aproveitam esses momentos para colocarem o sono em dia. É que, por mais que se tente seguir o raciocínio deste senhor, a certa altura temos de nos perder irremediavelmente.

Mesmo quando ele estava a narrar a sua estadia na Antiga Jugoslávia teve de inundar a sua narrativa com pormenores e divagações que a tornaram intragável. Mesmo eu que muito percebo de assuntos relacionados com aquelas paragens estava positivamente a Leste.

Foi com alívio que, mais de um mês depois de ter iniciado a enfadonha leitura desta obra, vi aproximarem-se os derradeiros parágrafos que me pareciam cada vez mais longos e monótonos. Não é habitual demorar tanto tempo a ler um livro mas era impossível passar cinco minutos que fossem a ler esta obra.

Recomendo vivamente a leitura deste livro antes de deitar. É um bom remédio para combater as insónias e se cair redondo na cama para só acordar no outro dia de manhã ao som do despertador. Com um bocado de sorte, o sono provocado pela leitura deste livro será tão profundo e pesado, que nem o despertador se irá ouvir.

Está bom de ver que esta leitura não foi do meu agrado. Obras como esta não fazem o meu género mas às vezes há que variar um pouco. Foi provavelmente o livro mais maçador que li até hoje. Deve haver quem goste destas divagações e descrições infindáveis de coisas do passado que, no meu entender, não haveria necessidade de serem chamadas para ali.

Agora quebremos a monotonia e vamos ler algo diferente e que certamente vai ser lido mais rapidamente. Trata-se de “Anjos E Demónios” de Dan Brown.

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