Thursday, June 23, 2011

O voto

Mais uma vez, realizaram-se umas eleições em Portugal em que a abstenção foi bastante elevada. Eu não contribuí para esse número, pois meti-me ao caminho a pé e lá fui cumprir o meu dever cívico, pelo qual muita gente lutou e outros tantos parecem menosprezar essa luta pela democracia que tanto custou à geração de Abril de 1974.

Se as coisas não correm bem em termos políticos no nosso País, a culpa também é dos eleitores que abdicam de contribuir para a decisão de quem os vai representar e andam um pouco ao sabor dos outros, por mais errados que eles julguem que estão.

Daqui a uns tempos, o Governo que for eleito vai impor novas leis que vão desagradar a alguns cidadãos. Logo eles saem para a rua a reclamar contra essas hipotéticas medidas com as quais discordam. A primeira pergunta que a Comunicação Social deveria fazer ao manifestante mais fervoroso e mais exaltado era se acaso foi votar nas últimas eleições. Eu queria ouvir a resposta. Se há mais de quarenta por cento de pessoas que não foram votar, provavelmente as manifestações futuras estarão cheias desta gente que nada fez para alterar o rumo político de Portugal e agora exige que o Governo eleito lhes satisfaça os seus intentos.

Se acaso me apanhassem um dia a protestar contra o Governo hoje eleito, eu diria a quem me quisesse ouvir que estou de consciência tranquila, pois fui votar hoje. Não tenho a culpa se o meu partido não foi o escolhido pela maioria para governar o País. Aí o problema já não é meu, é também de quem vota sempre nos mesmos ou não vai votar. Não há a coragem para apostar em ideias novas, em experimentar novas forças políticas. Já sabem que certas forças políticas foram nefastas no passado e continuam a acreditar nelas. Como são teimosos e masoquistas, os eleitores portugueses!

A democracia que tanto custou aos nossos antepassados infelizmente está a perder-se. Hoje toda a gente está em casa sentada no sofá à espera do resultado de umas eleições legislativas nas quais não participou e apenas espera que os outros tenham decidido por si. Daqui para a frente se verá no que isto vai dar mas não auguro grande futuro ao Governo hoje eleito.

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