Sunday, June 19, 2011

Caldas da Rainha, Famões, Bruno Gama e Rosa Mota

Confesso que estava ansiosa por passar estes apontamentos deste sonho para o Word para depois serem publicados na Internet. Já há imenso tempo que não tinha um sonho como este. Um sonho que me faça acordar realmente bem-disposta, feliz, com um sorriso nos lábios e cheia de força para enfrentar tudo o que surja nesse dia.

Não me vou alongar muito em mais comentários, até porque este sonho e bastante longo e com peripécias incríveis. É muita a ansiedade em passar rapidamente para a sua descrição.

Por onde começar? Talvez pelo fim. Acordei confusa e com um enorme sorriso nos lábios devido a tanta confusão, tanta loucura e tanto disparate. Afinal Famões ainda fica mais para Sul do que as Caldas da Rainha.

Não me consigo lembrar ao certo de como tudo começa. Sei que era um Sábado e tínhamos combinado sair. Parece que eu e a minha mãe viajávamos no carro da minha madrinha juntamente com ela própria.

Por incrível que pareça, rumaríamos a Norte para…Famões. Lembro-me de termos andado lentamente na retaguarda de uma ambulância branca com uma risca vermelha. Depreendi que talvez transportasse um idoso para uma consulta ou para uma sessão de Fisioterapia.

Rodávamos dentro da localidade. As casas eram quase todas baixas. O branco e o amarelo predominavam e as ruas pareciam desertas. Estava um belo dia de Sol, com um Céu azul espectacular.

Parámos junto a uma casa branca e entrámos num café vazio e mal iluminado. À porta estavam dois ou três idosos. Imediatamente observei que a população dali era já bastante envelhecida. Já quando viajávamos de carro dentro da localidade só encontrámos pessoas a pé que aparentavam ter mais de sessenta anos.

A televisão no café estava ligada e dava o noticiário da uma da tarde que conseguíamos ouvir perfeitamente por causa da ausência de barulho dos clientes.

A certa altura passava uma reportagem sobre…Bruno Gama. Mas onde foi o meu subconsciente buscar isto? O jogador do Rio Ave parece que se ia transferir para um grande clube europeu de forma surpreendente. As raízes futebolísticas dos seus irmãos eram ali mencionadas.

Estava extremamente esfomeada. A viagem havia sido longa. Mandei vir um bolo com bastante creme mas logo a minha mãe me censurou dizendo que iríamos almoçar dali a nada.

Parece, se bem me lembro, que a minha madrinha sacou de uma enorme fatia de presunto. Mal tinha acabado de comer o bolo e já atacava também aquele petisco. Apesar do contraste entre o doce e o salgado, aquele presunto estava-me a saber lindamente. Comecei então a elogiar a minha madrinha, pois aquilo veio do talho dela. Foi o melhor presunto que comi em toda a minha vida.

Entretanto na televisão anunciava-se algo para depois do Telejornal daquela noite. Então já não ia dar o Festival Eurovisão? E o Festival acabava antes das oito e meia?

Saímos do café e fomos percorrendo novamente aquelas ruas desertas. Se existir uma localidade como aquela na realidade, onde ficará? No sonho agora era identificada como sendo…as Caldas da Rainha. Espantoso! Ainda há pouco aquilo se chamava Famões.

Se acordei depois de todas estas peripécias, foi de forma pouco nítida. Outra hipótese para explicar o que agora passo a narrar foi eu ter sonhado que acordei. Às vezes acontecem esses episódios de se sonhar que se sonha e depôs se acorda ainda dentro do sonho. Deve ter sido mesmo isso que aconteceu. Através dos estores corridos quase até cima, dava para ver que estava quase a amanhecer. Pensava na loucura de sonho que tinha tido- tudo isto que acabo de descrever para trás.

Afinal continuava mesmo a sonhar e o disparate ainda agora estava a começar. Olhando para o chão, constatei que ele estava todo molhado. De onde terá vindo esta humidade? Seria água ou qualquer outra coisa? Talvez a garrafa da água ou do chá verde que ficou encostada á mesa de cabeceira se tenha entornado mas era suposto ela estar tapada.

Agora vem a parte mítica deste sonho. Encontro-me junto à entrada do Estádio Cidade de Coimbra. O estádio ainda não havia sido preparado para o Euro 2004. Estava como antigamente.

Era também um Sábado. Ia lá passar apenas. Nem estava a contar em treinar.

Falava à entrada com umas raparigas desconhecidas sobre a Selecção Nacional e as opções de Paulo Bento para os jogos que se avizinham. Comecei a dizer mal de Carlos Queirós. Nem nos sonhos o largo. Para me vir apoiar nesta árdua tarefa de denegrir a imagem do antigo seleccionador nacional, berrei por uma antiga colega de liceu que não era propriamente conhecida pela sua paixão pelo Desporto mas que estava ali na casa de banho do balneário antes de um treino de corrida de manutenção.

Foi ela que me disse que agora Rosa Mota mantinha a forma ali em Coimbra. Envergando uns calções azuis e uma camisola amarela, a campeã olímpica veio ter comigo e cumprimentou-me efusivamente.

Não vinha preparada para treinar mas elas insistiram e acabei por acompanhá-las. Ia no meio. Éramos três e percorríamos ruas iluminadas que eu não conhecia. Estava a anoitecer.
Era questionada por que tinha deixado os treinos. Eu respondi que agora trabalhava e raramente saía a horas. Elas incitaram-me a vir ter com elas que treinavam por ali todos os finais de tarde. Eu disse que bem gostaria de as acompanhar mas por vezes não tinha hora de sair.

Elas quiseram saber o que tinha eu feito ultimamente e eu mencionei a viagem que havia feito recentemente (ainda nessa noite) às Caldas da Rainha e a …Famões. O facto de não ter encontrado nem um jovem nas ruas daquela localidade foi mencionado. Contei-lhes também que cheguei bastante tarde dessa viagem.


Por incrível que pareça, não estava a sentir a menor dificuldade em as acompanhar na corrida. Não me sentia cansada. Nem parecia que não treinava há imenso tempo.

Quem nos abandonou foi a minha antiga colega de turma. Fiquei eu e Rosa Mota em amena cavaqueira. O Atletismo, como não podia deixar de ser, foi o tema dominante da nossa conversa. O abandono da competição, as memórias dos meus treinos de musculação, e os mínimos que não consegui por muito pouco em 2003 foram temas abordados. Sentia-me incrivelmente bem naquele final de tarde. A felicidade invadia-me.

Agora sim, o despertador tocou. Não haveria dúvidas de que desta vez estaria acordada e ainda a relembrar todas as peripécias que se passaram nesta noite incrível de sonhos.

P.S.: Alguns dias mais tarde, tive oportunidade de contar todas estas peripécias oníricas àprópria Rosa Mota.

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