Sunday, June 19, 2011

Em movimento

É incrível como os sonhos têm tido umas sequências engraçadas. Repare-se neste:

Tudo começa no meu quarto lá em casa. Na rádio passa uma música francesa que não existe na realidade. Já há muito que não ouvia aquela música mas o locutor teimava em traduzir a letra da canção e em dar indicações sobre a intérprete. Como isso me enervava! Bem, ele acabou por dar uma informação que eu desconhecia- a cantora era de origem…marroquina. Mas por que raio têm havido tantas referências a marroquinos nos meus sonhos? Ainda se sonhasse com islandeses, era fácil de compreender.

Continuava no meu quarto, com os estores corridos como sempre, a ouvir essa rádio de êxitos e a pensar num tal de Zoran. Ora aí está outro facto que tem aparecido ultimamente nos sonhos. Vejo isto como um certo retrocesso, pois no passado é que conhecia muitos.

Comia uns bolos que se esmigalhavam imenso. Ao fim e ao cabo, eram mais as migalhas no chão do que a porção de biscoitos comidos.

A minha irmã veio ter comigo ao meu quarto para me perguntar se eu estaria interessada em fazer uma viagem a Roma ou lá o que era. Na rádio que ainda estava a ouvir havia um anúncio a essa viagem.

Era dia de festa na minha terra. Em grande parte dos meus sonhos é sempre dia de festa na aldeia. Por que será? Desta vez a crise veio limitar um pouco as comemorações. Essa foi boa!

Na estrada havia um movimento considerável. Não, desta vez não há a presença de gatos ou de cães. Até é para admirar.

A minha prima apareceu à minha porta conduzindo um estranho veículo. Era uma espécie de helicóptero amarelo, da cor daquelas máquinas que costumam consertar as estradas. Não era um helicóptero porque aquela coisa andava apenas em terra, apesar de ter asas. Tratava-se de um veículo topo de gama que o seu pai conseguiu comprar a um preço simbólico por já ser bem antigo.

Encantadas com aquela estranha viatura, eu e a minha irmã convencíamos o nosso pai a adquirir também uma igual. Não necessitava de carta de condução e, além disso, tratava-se de um veículo fechado, o que seria uma maravilha quando chovesse. Não foi preciso fazer muito esforço para o convencer. Ele também ficou apaixonado por aquela coisa amarela ali estacionada. O pior era mesmo o dinheiro. Eu e a minha irmã dissemos que ajudávamos a pagar parte do veículo porque também seria para nos transportar a casa quando chegássemos para o fim-de-semana. Ele ficou entusiasmadíssimo.

No mesmo local, ao portão da minha eira, apareceu depois uma pessoa que eu julgava conhecer. No entanto, à medida que eu me ia aproximando cada vez mais dela, ela ia recuando. Que estranho. Eu ia cumprimentar a criatura com ar amistoso e ela afasta-se. Acabei por desistir dos meus intentos quando percebi que afinal não era quem eu pensava inicialmente. Tratava-se de alguém completamente desconhecido e bem estranho.

O indivíduo chamava-se Ivan e apenas ia passar aqueles dias de festa em casa de uma familiar da minha terra que ainda era sua tia ou sua prima. Ele deixou ficar junto ao muro um álbum de fotos estranhas e algo intrigantes que logo nos aprontámos a ver.

Lembro-me de uma sequência de fotos presente nesse estranho álbum onde era demonstrada a falta de brio da sua tia em relação às lides domésticas. Ora aí está outro tema muito presente nos meus sonhos de há sensivelmente um mês a esta parte. Não entendo por que tanto sonho com falta de higiene em casas desde que comecei a trabalhar ali.

Nessas fotos via-se como, ao longo dos dias, a mesma passadeira ia ficando cada vez mais imunda a ponto de já não se distinguir a sua cor original.

Dou por mim agora a percorrer o pequeno trajecto entre a minha casa e a casa dos vizinhos. À porta destes, a minha mãe conversa animadamente com o meu vizinho sobre a festa. Parece que ele era mordomo.

Ela perguntava-lhe se este ano não havia quermesse. Ele disse que não porque não haviam conseguido apoios suficientes para tal. Eu fiquei aborrecida porque sempre havia um sorteio de uma bicicleta e este ano, não havendo a quermesse, não haveria o dito sorteio.

Bicicletas havia no barracão do meu vizinho mas eram muito velhas. Uma delas tinha o quadro prateado e alguns fios soltos. Agora preparem-se para o que aí vem! É simplesmente inacreditável!

Foi a minha mãe quem trouxe a bicicleta para a eira da minha vizinha e, imagine-se, conseguiu ligar todos os fios. Essa é boa!

Depois de pronta, colocámos então a bicicleta na direcção de minha casa. Eu fui dizendo que faltavam ali duas rodinhas atrás para eu aprender a andar. É muito raro nos sonhos eu não saber andar de bicicleta.

Mais uma vez, o despertador teve de tocar quando me preparava para começar a andar. É sempre a mesma coisa!

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