Tuesday, December 28, 2010

O primeiro jantar de trabalho digno desse nome



Jantar de 2007


Jantar de 2010

Realizou-se este sábado o nosso jantar de Natal. Tratou-se do meu primeiro jantar de empresa digno desse nome. Refira-se que em 2007 compareci no jantar de Natal da Piscina de Celas mas não era funcionária de lá (com muita pena minha) e já tinha data marcada para me despedir.

Recordo que na altura foi a professora de Ginásio de lá com quem eu me dava extremamente bem que me incentivou a participar. Não vejo a hora de voltar a ter colegas de trabalho com tanto em comum comigo. Esta professora, tal como eu, era exageradamente apaixonada pela prática desportiva. Aliás, havia muita gente assim por lá e era por isso que ali me sentia tão bem. Se hoje me surgisse mais uma oportunidade para voltar para lá, eu não pensava duas vezes e muito menos olhava para trás. Sentia-me ali como peixe na água e chorei muita lágrima ao pensar que me tinha de ir embora e não queria.

Aquele jantar correu extremamente bem e diverti-me imenso. Agora as coisas são um pouco diferentes. Estou num local de trabalho onde choro muita lágrima só de pensar que hei-de ali ficar naquele local sem acessibilidades decentes, sem um ambiente propício a eu me sentir bem e com muitas privações pessoais ainda por muito tempo.

Antes que eu me perca, até porque já estou com as lágrimas nos olhos de recordar aquele jantar de há três anos, valeu pelo convívio e pela espontaneidade de uma colega nossa que não tem papas na língua e que fazia rir toda a gente com conversas mesmo descabidas para aquele local. Ela é assim e por isso eu lhe acho tanta piada. Ela é demais! Já não aguentava mais de tanto me rir. De vez em quando mandávamo-la calar mas era pior a emenda que o soneto e nós também nos queríamos divertir um pouco enquanto esperávamos longos minutos pela comida.

Este convívio teve a curiosidade de terem marcado presença mais ex-funcionários do que propriamente actuais colaboradores. Não deixou de causar alguma estranheza.

A qualidade do atendimento no restaurante foi muito criticada por quem, habituado a conviver com a falta de tolerância e a exigência dos clientes diariamente, se vinga quando veste a pele de cliente. Temos de facto uma excelente escola em matéria de reclamações e exigência de qualidade.

A falta de bebidas foi um dos motivos de tanto se reclamar. Eu não bebi vinho mas a qualidade dele era fraca. Eu até achei o bacalhau com natas bastante bom e a carne também não estava má. Já da salada de fruta me posso queixar. O ananás parecia ter estado muito tempo fora de conserva e em contacto com o ar. A salada de fruta parecia ela própria feita já há alguns dias.

O ponto alto da noite foi a indispensável troca de prendas. Sabia de antemão que algumas pessoas tinham oferecido para troca umas prendas manhosas na esperança de calhar a homens. Uma dessas prendas, como a foto documenta, calhou-me a mim que é quase a mesma coisa. Quando desembrulhei a prenda que à sorte tirei do saco encontrei uma pequena caixa cor-de-rosa. No seu interior estavam umas cuecas de fio dental e um isqueiro. Foi um riso. A minha colega que de início animou a festa vestiu as cuecas por cima da roupa e colocou-se em cima de uma cadeira para que todos a vissem e ouvissem e começou a fazer as palhaçadas do costume. Para quem pensa que ela já estava com uns copitos a mais, desengane-se. Por incrível que pareça (e para nossa surpresa) ela não toca em bebidas alcoólicas. Por brincadeira sempre fui adiantando que ela com os copos seria uma pessoa extremamente melancólica. Com um bocado de sorte seria uma pessoa normal, se bem que haja alguma dificuldade em definir o que se entende por “uma pessoa normal”.

No final da noite uma colega levou-me a casa. Ainda apanhámos um susto pois em sentido contrário um carro que vinha em alta velocidade por pouco não colidia connosco.

Demorei um pouco a aquecer os pés e a adormecer mas não haveria hora para acordar.

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