Thursday, July 15, 2010

O 5 que era 6

Esta é mais uma das minhas aventuras. Toupeira Dum Raio! Levanta-se uma pessoa bem cedo, pelas seis da manhã e acaba por chegar ao trabalho por volta quase das nove. Vida duma pobre!

Trabalho até tarde. À hora que eu saio não encontro nada aberto. A farmácia está fechada ou a fechar, já não há tempo para comer qualquer coisa antes de apanhar o autocarro e nem umas compras se podem fazer. O local onde se tira o passe para os autocarros está também fechado quando saio.

Ainda pensei que o fecho fosse às oito mas era mesmo às sete. No dia seguinte já era dia 1. Não tinha outro remédio senão madrugar, pagar bilhete para cima e comprar o passe. Lembro-me que às sete da manhã já se carregam passes.

Antes das sete e meia da manhã já eu estava na rua…para nada. Fui para a paragem ainda a dormir. Estive um bom bocado à espera do autocarro, até que apareceu um cinco- dizia eu. Não sei se me enganei ao ver o número, se estava um autocarro atrás do outro e eu entrei no errado. A hora era demasiado madrugadora para raciocinar.

Comecei por ir de pé no autocarro. Achei estranho as paragens terem nomes diferentes. Ainda pensei estar a dormir em pé e estar a sonhar. Não liguei.

Quando cheguei aos Arcos e vi o autocarro a ir para cima em vez de descer os Combatentes, foi como se um balde de água gelada me caísse em cima e me acordasse. Já ia sentada. Saltei imediatamente do banco e perguntei ao condutor qual era o número do autocarro. Pedi para sair imediatamente ali porque me tinha enganado.

Quando cheguei à rua fiquei desesperada e confusa. Lágrimas começaram a invadir teimosamente o meu rosto. Ninguém andava na rua. Ainda era cedo. Apesar de conhecer aquela zona relativamente bem, já há tempo que ali não passava a pé. Basta ficar mais atrás ou mais à frente da minha referência para me desorientar. Com os nervos então fico louca.

Andei por ali a tentar lembrar-me do caminho até conseguir, finalmente, descer os Combatentes todos e ir até ao local onde se carregam os passes. Depois de tirado o passe, vi que estava a ficar atrasada e apressei o passo rumo ao trabalho. Deverei com certeza ter batido o recorde do percurso a pé naquela zona. Ia com muita pressa.

Apesar do meu empenho em tentar chegar a horas, não pude evitar o atraso.

Durante todo o dia andei cheia de genica. Afinal de contas, levei uma hora de aquecimento. Não deixava, no entanto, de estar preocupada com a eminente perda de visão. Já ando a confundir-me de mais, já ando a entornar coisas de mais e já começam a ser erros, enganos e coincidências de mais.

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