Sunday, July 25, 2010

Fossos e buracos



De manhã, quando saía de casa para o trabalho, enquanto descia de elevador até ao rés do chão senti um certo arrepio. Aquela era, provavelmente, a versão onírica daquele elevador. Era cinzento, tinha os números vermelhos, enfim…

E se o elevador avariasse também? É que já não é a primeira vez que sonho com elevadores que não obedecem. Bem…ainda não sonhei com um caso idêntico ao de um filme holandês em que certo elevador de um certo prédio estava como que assombrado. Nem o mecânico que o ia reparar escapou à sua ira.

Neste sonho passou-se o seguinte: saí do trabalho e ainda fui â ESEC perguntar qualquer coisa. Ao acordar deste sonho lembrei-me que a escola também tinha elevadores mas eram verdes ou castanhos. Já não me lembro.

No meu sonho apanhei um elevador cinzento semelhante ao do meu prédio. Também tinha muitos números em vermelho para muitos andares mas era maior, muito maior e mais alto. Ia então descer para o rés-do-chão mas não foi isso que aconteceu. O elevador começou a subir vertiginosamente, voltando a descer quando atingiu o último andar. Quando já não havia mais andares para subir, começou a descer violentamente. Ao executar esta descida, começou a inclinar. Segurando-me como podia, ia bastante apreensiva com medo de cair no fosso. Entretanto o elevador normalizou e já indicava no mostrador andares negativos. Daí a nada estava no centro da Terra, não?

Voltei a carregar no zero e o elevador obedeceu-me ordeiramente. Quando finalmente sai, outras pessoas entraram e perguntaram se a avaria já tinha sido resolvida. Não ganhei para o susto.

Como o tema da noite consistia em cair ou evitar cair em buracos, eis que surge um sonho com um contexto totalmente diferente. Pois é, as férias estão aí e nada melhor do que uma ida até á praia e uma partidinha de um Futebol muito estranho.

Velhos e novos, mulheres e homens, cegos e normovisuais juntavam-se numa animada peladinha. Em vez de balizas, havia enormes buracos escavados na areia. Daqueles que demoramos imenso a tornar profundos. A menos que seja mais do que uma pessoa a entreter-se a fazê-los. Lembro-me que fiz um há uns anos na Costa Nova (salvo erro) e coloquei-lhe uma toalha por cima. Depois esqueci-me, fui para me deitar na toalha e acabei por lá cair.

Nesta futebolada na praia, as pessoas mandavam a bola bem alto. Eu esforçava-me por chegar-lhe mas tinha medo de cair naqueles buracos. Era por pouco que não chegava à bola e era também por pouco que não caía nos buracos escavados na areia.

Em suma, passei a noite inteira a livrar-me de cair nos buracos.

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