Friday, September 15, 2006

Não sei o que se passa comigo

O dia amanheceu com Sol, mas depressa iria ficar cinzento com a continuação das chatices, atritos e acontecimentos desagradáveis entre nós.

Não sei o que se anda a passar comigo. Ando nervosa, intolerante e qualquer coisa me faz perder a compostura.

Desta vez o mo0tivo da discussão- para além do famigerado caso do boné (ver texto “Morrem as pessoas, ficam as dívidas”)- foi um exercício feito numa aula. Ouvi umas bocas que não gostei. Como se isso não bastasse, o meu boné estava riscado e a lente dos meus óculos de sol estava desencaixada. Para agravar, o boné é da Rabobank e- obviamente- tem um significado especial para mim.

Foi com os nervos á flor da pele que fui almoçar. O barulho na cantina irritava-me. Apetecia-me mandar dois berros e mandar aquela gente toda para a rua. A raiva para com aquelas duas pessoas da minha turma crescia. Estava furiosa com a minha colega.

Cheguei ao bar e fui desabafar com a minha amiga. Tive tanto azar que a minha colega ouviu tudo. Na conversa eu dizia que um dia destes lhe dava uma tareia. Claro que não ia fazer nada disso! Estava completamente fora de mim. Ela não apareceu na aula de Braille, mas não desconfiei que fosse por causa daquela conversa inflamada que eu estava a ter no bar.

Para acalmar, estive a ouvir um pouco de...música holandesa.

Mandaram-me chamar. A mim e a uma outra colega. Fiquei surpreendida pelo facto de a terem chamado. O que é que ela tinha a ver com aquele assunto. Seria por ter presenciado a cena do boné?

No gabinete estava a minha colega a chorar e os formadores e técnicos todos com ar ameaçador. A razão pela qual chamaram a minha colega foi que ela é que arrumou o boné debaixo da mesa aquando da disposição da sala para se fazer o trabalho. Tudo foi, portanto, um mal entendido e um conjunto de infelizes coincidências.

Já não era a primeira vez que aquele boné desaparecia e aparecia sem mais nem menos. A colega a quem eu, injustamente culpei, estava junto à entrada e perguntou-me pelo boné. Depois ela encontrou-o num instante . Face a isto, para mim era evidente que fosse ela. Só que nem tudo o que parece é e eu errei. Precipitei-me e arranjei problemas sem remédio. Agora nem nos podemos ver.

Como referi, começo a ficar farta de aulas que só incidem sobre trabalho administrativo (Ver texto “Trabalho, trabalho e mais trabalho”). É algo que não me agrada. Ainda por cima, ninguém tem aparecido para preencher questionários para um qualquer estudo. Assim, aquelas aulas podiam ser interrompidas. Com a excepção da aula que deu origem a mais uma polémica, as outras têm sido todas iguais. Salvam-se as aulas de Braille que nos permitem escrever algo de diferente.

Depois de um treino feito sem disposição nenhuma para tal, ia jogar o Glorioso com os ucranianos. Ucranianos? Eu só lá via brasileiros, romenos...tudo menos ucranianos. O Benfica jogou bem e venceu por 2-0. Os golos tiveram a particularidade de serem marcados por cada um dos gregos do plantel. O treinador da equipa adversária do Benfica é que se viu grego para controlar os nervos. Já vão ver...

No meu telemóvel havia uma mensagem de voz da responsável por dar notícias sobre a Bolsa da ONCE. No dia seguinte iria ligar e saber mais.

Voltei novamente a pegar no mesmo CD de música holandesa que me tinham emprestado e estive a ouvir antes de me ir deitar. As notícias vindas de Espanha povoavam o meu espírito.

Situação do dia:
Mircea Lucescu é um velho lobo do Futebol mundial. O seu comportamento irreverente é por demais conhecido. No encontro –particular, saliente-se – entre a sua equipa e o Benfica o técnico romeno parecia possuído pelo Diabo. Não obedecia às ordens da equipa de arbitragem que o ameaçava expulsar e contestava de forma veemente todas as decisões que eram tomadas. Já a ponto de perder as estribeiras, Lucescu ameaçou que retirava a equipa do terreno de jogo se o empresário que organizou a partida não fosse chamado junto dele. A presença do referido sujeito não foi, no entanto, suficiente para que Lucescu se portasse como um menino de colégio até ao final do jogo.

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