Era uma vez uma colónia de férias.
Dela apenas faziam parte mulheres idosas e crianças com
menos de doze anos. Nada de pessoas da minha idade.
Não conhecia ninguém ali e as pessoas estavam pouco
recetivas em me ajudar. Com as dificuldades que tinha, tinha de andar sempre
atrás de alguém.
A praia não ficava muito longe. Tinha de me despachar a
correr e sempre me esquecia de alguma coisa, do protetor solar, da toalha ou
mesmo de roupa adequada.
As pessoas pareciam não me ligar nenhuma.
Houve uma manhã em que estava um belo céu azul e o sol
brilhava. Era portanto, um bom dia para se estar na praia. As outras pessoas
que estavam comigo não foramda mesma opinião .
Eu tinha-me esquecido do protetor solar, já estava com a
pele a ficar vermelha mas estava-me a saber bem estar ali a apanhar sol. O mar
convidava a banhos mas ninguém queria ir para lá.
Uma rapariguinha aí de uns dez anos veio ter connosco. Trazia
uma bola de borracha bem rija e de cor escura. Nem parecia uma bola de praia.
Porém, o que me chamou a atenção foi o seu modelo de fato de banho. Deixava-lhe
as nádegas ao léu e só tinha a parte da frente. Eu estava a matutar como é que
o fato de banho se segurava quando as senhoras ao meu lado me mandaram arrumar
as coisas e voltar para casa.
Lá obedeci. Era desolador o ambiente lá dentro. Eu não
conhecia aquela gente. Mais parecia uma colónia de férias da universidade
sénior com direito a levar os netos.
Acordei. Lembrei-me que já estamos em julho e este não será,
mais uma vez, um verão comum para mim.
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