Thursday, October 14, 2010

Um aniversário feliz

Estava de folga, por isso planeei com alguma antecedência fazer uma pequena festa de aniversário na ACAPO. Compraria um bolo no Pingo Doce, convidaria alguns amigos, outros já por lá estavam em formação e assim se arranjaria alguma coisa.

Logo de manhã dirigi-me ao Pingo Doce para encomendar um bolo de aniversário. Dali segui para a ACAPO para o atendimento semanal. A minha preocupação era convidar alguns amigos meus para a festa.

O meu telemóvel andava algo esquisito, talvez por ter aderido a uma campanha, por assim dizer, para aniversariantes. Quando me ligavam e eu atendia a chamada era desligada. Depois ligava de volta a pedir imensa desculpa à pessoa e o telemóvel chamava sem que ninguém o atendesse. Estranho!

Estava na Worten quando a minha mãe me ligou e isso aconteceu. Apesar de saber que era para me dar os parabéns, fiquei preocupada. É que poderia não ser e ter acontecido alguma coisa. O problema era que qualquer tragédia acontecida na data do meu aniversário seria naturalmente mais marcante para mim do que se fosse noutro dia qualquer. Uma pessoa está sempre preocupada. Se estou em casa e os meus pais se demoram logo fico com o coração nas mãos.

Foi nesse estado de espírito que fui almoçar com os meus amigos que já lá estavam na ACAPO. Tinha marcado a festa para a hora de almoço mas adiei-a para o intervalo da formação. Os meus amigos vindos de fora ainda não tinham chegado.

Voltaram-me a ligar de casa. Era a minha mãe mesmo para me dar os parabéns. Naturalmente que lhe perguntei pelos cães. Ela confirmou que teve de ser o veterinário a abater a cadela Kuka por padecer de uma gastroenterite muito avançada. A minha irmã já me tinha dito. Quanto aos cãezitos, há que os tentar agarrar. O que foi atropelado afinal foi só de raspão.

Depois do almoço e de algumas conversas com amigos, sentei-me a ler à espera que alguém viesse. A minha amiga chegou por volta das três horas e foi comigo ao Pingo Doce buscar o bolo. Eles ofereceram uma garrafa de moscato que não foi aberta porque a bebida não estava fresca e, principalmente, porque o pessoal que estava em formação não podia beber álcool. Tinha também comprado uma garrafa de dois litros de 7Up.

Quando cheguei já o meu amigo estava à minha espera com um familiar dele. Como prenda ofereceu-me umas bonitas peças em barro que fui imediatamente guardar para não partirem mas…o destino delas estava traçado e de nada serviu tanto cuidado com elas. Recebi ainda um pequeno frasco de perfume e um ramo de rosas com que não estava a contar, oferecido por um amigo recente.

Por volta das três e meia acenderam-se as velas e cantaram-se os parabéns. O bolo era pequeno e não deu para todos mas também não queria que ficassem restos, pois não tinha onde guardar. Tiraram-se mil e uma fotos e conversámos animadamente. Depois de os formandos terem ido para as aulas, eu, os meus dois amigos e o primo do meu amigo bebemos uma cerveja cada um para brindar.

Por volta das cinco horas fomos para baixo os quatro no carro do primo do meu amigo. Eu vinha com as mãos super-ocupadas. Trazia a habitual mochila com alguns livros, o saco da roupa que mandei lavar na ACAPO e que, graças ao belo dia de Sol que esteve secou, o saco com as bebidas, o ramo das rosas e…os objectos em barro que tinha mandado guardar à minha amiga. Se eu soubesse que o saco das coisas de barro cabia no saco da roupa…

Quando nós duas saímos do carro aconteceu a “tragédia” que ensombrou um dia que estava a correr extremamente bem. Como trazia as mãos a abarrotar de sacos e flores e tinha medo de partir a garrafa, tentei passar as coisas para uma só mão para ter a outra livre para ajudar a minha amiga. Ao passar o saco azul dos objectos em barro para a outra mão, este escorregou-me porque já havia pelo menos mais um saco enfiado nessa mesma mão e, pelo barulho que fez no pavimento, percebi logo que acabava de escacar aquelas coisas. Fiquei pior do que estragada! Eram tão lindas! Imediatamente me lembrei de uma situação já bastante batida- a da prenda que comprei para a minha mãe e que o meu pai partiu ainda em Anadia. Deixámos o embrulho com os cacos na rua e nem quisemos acreditar quando, minutos depois de estarmos em casa, um carro parou à nossa porta e um senhor veio-nos entregar o embrulho por pensar que o perdemos. Esta história figura no quadro de honra das situações mais cómicas por mim vividas. Desta de hoje não achei assim tanta piada.

Cheguei a casa e constatei com desagrado que só uma das peças em barro não sofreu danos, há uma ou duas que talvez possam ser coladas e outras tantas que não têm mesmo conserto nenhum. Uma pena!

O passo seguinte foi arranjar algo para colocar as rosas. Tinha-as colocado dentro do copo mas a minha senhoria arranjou-me um boião ou algo do género para as colocar em água em cima da mesa.

Estava assim passado mais um dia do meu aniversário. Nova festa, desta vez com a família, está marcada para o próximo domingo.

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