Sunday, October 24, 2010

Sem ter dormido nada de jeito

Sempre que vou a casa, no dia seguinte ando sempre de rastos. A isso não é alheio o facto de se terem de fazer duas viagens que, embora não sejam longas, são sempre cansativas face a tudo o que as envolve. Quem não tem transporte próprio tem sempre complicações com as deslocações.

Normalmente quando a minha mãe me apanha em casa ataca-me com os sus petiscos. Como agora não como nada dessas coisas, a saudade fala mais alto e exagero. Depois apanho desconfortos digestivos que não me deixam pregar olho durante toda a noite.

Como se não bastasse esse mal-estar físico, ainda fui incomodada pelas corujas e pela cadela. Detesto corujas! Elas agora estão mais atrevidas, talvez pela iluminação na rua ser insuficiente e por a luz do meu quarto já não estar acesa de madrugada como estava antes de eu ter vindo trabalhar..

A cadela sempre a ladrar, ainda por cima junto à minha janela, não dava com nada para se dormir tranquilamente, se é que isso ainda era possível. Quando já estava a pegar no sono, eis que a malvada começava a ladrar e era capaz de estar uma boa meia hora sem se calar. Se não estivesse frio, era bem capaz de me levantar e corrê-la dali para fora. Não era preciso muito. Bastava a minha simples presença para que ela se assustasse e fosse para os pinhais ladrar. O mal todo é ela não se deixar apanhar, senão já o veterinário ou alguém a tinha levado dali para fora.

O despertador tocou sem que eu tivesse dormido nada de jeito. O dia ia ser complicado. Apenas bebi um copo de leite por não me apetecer comer mais nada. Como eu sei que estes sintomas passam, lá fui à minha vida.

Novas chatices estavam guardadas para quando chegasse a Coimbra. Não havia táxis para eu ir trabalhar. Tive de estar bastante tempo à espera. Nunca tal me aconteceu. Quando finalmente arranjei um, já havia a consciência de que ia chegar irremediavelmente atrasada. Eu detesto chegar atrasada. Fico cá com uns nervos… Ainda por cima não podia comer mais nada porque o atraso já era muito. Refira-se que só tinha, para mal dos meus pecados, bebido apenas um copo de leite simples.

Também saí mais tarde para o almoço. Nem a minha consciência ficava tranquila se eu não compensasse o tempo perdido. A tarde assim já correu melhor. Que estafa!

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