Saturday, October 09, 2010

Lábia para vender todos podemos ter

Ouço muitas vezes a minha mãe dizer que o merceeiro lá da minha aldeia tem um talento especial para impingir novos produtos que chegam de novo à loja. Segundo a minha mãe, ele é excepcional na sua arte e muitas vezes ilude-a tão bem que ela acaba comprando algo de que não precisa só porque ele lhe disse que era bom.

Por acaso fui trabalhar para o comércio e também eu fiquei surpreendida comigo própria ao também tentar persuadir os clientes a consumirem este ou aquele produto. Nunca pensei sequer ter uma ponta de jeito para fazer isso mas cá me vou safando.

Neste sonho vou mais além: convenço uma senhora com ar avarento a levar de tudo e mais alguma coisa. Foi o supra-sumo do meu talento para as vendas, por assim dizer.

Estava a ver que tinha algum daqueles pesadelos que me costumam abalar mas as preocupações apenas se cingiram ao episódio dos cães. Lembro-me vagamente de ter sonhado com eles e que a cadela afinal se tinha safado mas…é impossível isso ter acontecido na realidade.

O que interessa aqui para esta história é o episódio da loja onde se vendia de tudo e mais alguma coisa. Entrou uma senhora para comprar algo que por acaso não havia. Eu fui-lhe mostrando outras coisas que até não tinham mesmo nada a ver com o produto original que ela pretendia. Eram linhas cor-de-rosa e vermelhas e agulhas de tricotar, imagine-se! Impingi a mulherzinha tão bem que ela acabou por me comprar aquilo tudo. Como estava contente!

Logo me lembrei da minha mãe e da sua admiração pela lábia do merceeiro a convencer as pessoas a comprar algo de novo que lá tenha. Gostaria que ela visse o excelente negócio que estava a fazer.

Ainda gozava deste momento de apoteose quando acordei. Eram seis e vinte e sete da manhã. Daí a alguns minutos o despertador iria tocar e enfrentaria mais um dia de reais vendas. Se iria ter um bom ou mau dia de negócios, só mais para a noite iria saber.

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