Leio agora um livro de autoajuda, por assim dizer.
Trata-se de um livro escrito pela coach Joana Areias sobre como termos o nosso trabalho de sonho, adaptado ao que nós somos e aos nossos objetivos.
Pois é, quando me deparo com um livro destes penso que isto tudo é muito bonito mas as pessoas, quando escrevem estes livros não pensam em pessoas sem escolhas nem perspetivas como nós, que temos uma deficiência.
Para nós não há escolhas, por mais cursos académicos que tenhamos tirado, por mais vocação para uma coisa que tenhamos. Para nós não há saída.
Se houvesse, eu jamais teria deixado certas coisas terem chegado onde chegaram. Não me teria desgastado tanto fazendo algo para que não estava de todo motivada.
Aqui neste livro são apresentados alguns exercícios que podemos fazer para descobrir vocações e ver que tipo de trabalho se enquadra nos nossos perfis e estilos de vida.
Foi apresentado algo como descrever aquela atividade que desempenhamos com fluidez, aquela atividade que pode estar à beira de acabar o Mundo, muito ruído à nossa volta, pessoas a bater á nossa porta e nós continuamos a fazer sem nos apercebermos do que nos rodeia.
Pois para mim essa atividade é escrever. Por vezes faço-o mesmo de forma compulsiva. A escrita sempre foi o meu plano para quando a situação que estou a viver agora chegasse.
Realmente escrever, especialmente o que vem da minha imaginação, alivia-me a alma. Agora também frequento o teatro e nem dou pelo tempo a passar nessas sessões. É realmente algo que me liberta.
Por outro lado, um emprego mais formal, mais objetivo, que não inclua criatividade ou imaginação é para mim desmotivante.
Se tivesse oportunidade de conversar com Joana Areias e lhe fizesse algumas perguntas, abordaria a temática do que fazer caso as pessoas sejam portadoras de deficiência.
É com algum desânimo que constato que nem os livros de autoajuda foram feitos para nós.
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