Já há muito que andava para ler esta obra de Miguel Sousa tavares. Mesmo antes de deixar de ler a tinta, tive por várias vezes exemplares deste livro na mão. Lembro-me que as letras eram vermelhas e a capa era escura.
Esta obra conta a história de filipe que nasceu numa aldeia alentejana quase sem habitantes. Estudou na universidade de Évora e numa noite cruzou-se com Eva que ainda era menor de idade. Estavam ambos bêbedos e logo surgiram dois outros estudantes que logo se juntaram a Vera e Filipe. Foram todos para um descampado onde um deles teve a ideia de abusar em grupo da jovem. Desesperada, ela atirou-se para a frente do carro deles e ficou gravemente ferida, apenas conseguindo superar as lesões com muito trabalho. Viria a tornar-se procuradora do ministério Público.
Filipe foi trabalhar para uma autarquia e tinha de dar luz verde a um projeto de construção de uma empresa que ia de encontro ao impacto ambiental. Nessa empresa estava um dos jovens que abusaram de Eva naquela noite. Tentou corromper Filipe para aprovar o projeto mas ele não se deixou vender. Então ele resolveu fazer uma queixa anónima contra o arquiteto acusando-o de ser o principal violador de Eva. Mas uma surpresa aguardava filipe nesse caso.
Por sua vez, Filipe teve conhecimento de uma carta deixada pela sua mãe antes de morrer e que estava endereçada ao seu pai também já falecido. Filipe ficou a saber que os avós com quem foi criado não eram seus avós biológicos. O seu verdadeiro pai preparava-se para ser eleito primeiro ministro e era um político cuja integridade e honestidade deixavam muito a desejar. Filipe resolveu também confrontá-lo, dando mais uma vez provas da sua honestidade e integridade.
Nesta obra estão presentes todos os ingredientes de uma sociedade portuguesa onde a corrupção da classe política, o compadrio e a falta de transparência imperam.
É também uma história de superação na pessoa de Eva e fala sobre o drama da desertificação das nossas aldeias onde ainda existem mentes puras.
Uma leitura para refletir. Onde a realidade se confunde com a ficção.
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