Tuesday, December 19, 2006

Regresso a um Futebol que não existe mais



Este é mais um sonho transcrito para este espaço num dia em que o tema desta mensagem deveria ser o Dial do Coração. Só que este sonho merece todo o destaque e mais algum, tal como todos os outros que- com mais ou menos detalhes- aqui tenho descrito.

Para não variar, o tema deste sonho não deixa de ser o Desporto. É natural. Eu sou uma pessoa que vive de e para o Desporto. Este tem a ver com Futebol, mais particularmente com competições europeias.

Este sonho levou-me a recuar no tempo até a algo que, com o aparecimento de outros interesses, se perdeu. Eu ainda sou do tempo em que todos os clubes portugueses envolvidos nas competições europeias jogavam no mesmo dia, a horas diferentes e os seus jogos podiam ser vistos por toda a gente na RTP. Hoje não é nada assim. Tenho de andar sempre a ver ou a perguntar a que horas são os jogos porque nunca sei.

Em sonhos posso ter uma tarde ou uma noite europeia...ou uma madrugada- como neste caso. O Benfica jogou mais cedo. O adversário era o Dínamo de Tblissi. Onde é que eu fui buscar isso? Parece que estava empatado a uma bola.

Mas é o jogo do Porto com uma equipa Suiça (Grashoppers?) que vai dominar este sonho. Também um guarda-redes vai ser o centro das atenções. Eu e os sonhos com guarda-redes com comportamentos estranhos...

Por incrível que pareça, o jogo disputou-se na minha terra (num campo que só existe em sonhos mesmo) a altas horas da madrugada. Parece que existe uma lei que não permite que os jogos se prolonguem para além da meia-noite. Mas nos sonhos quem é que cumpre essa lei? Aquele jogo realizou-se a horas impróprias e pronto!

Era uma da manhã e íamos com cerca de meia hora de jogo. Portanto, começou à meia –noite e meia. O campo era pelado e apenas as luzes dos postes o iluminavam. (a UEFA não permitiria que se jogasse num campo assim)

O jogo foi um evento importante para as gentes da minha terra que foram em peso assistir, apesar de serem poucos os portistas. Para confirmar o clima de regresso a um tempo passado, basta dizer que a minha avó (que morreu já em 1989) estava entre a assistência. E ela não ligava a Futebol!

Diego alinhava ainda no Porto. Estava gordo e ostentava uma enorme barriga. Estava imóvel em campo sem interferir nas jogadas de ataque. Eu só reparava nele, e no que ele se transformou.

O jogo levava só uma direcção: a da baliza do Porto. Olha o Porto a ser pressionado por uma equipa suiça!

Durante todo o sonho, nunca me lembro de ver os jogadores da outra equipa. Apenas o guarda-redes que foi o personagem principal disto pela negativa.

Um gato preto invadiu o terreno de jogo e foi justamente para junto da baliza do clube adversário do Porto. Não era o Mong. Foi nessa altura que toda a gente constatou que o guarda-redes já dormia. Que vergonha! Aproveitando a pouca visibilidade que existia junto à sua área e o facto de nada ter para fazer, o indivíduo resolveu espalmar-se no chão e aproveitar o tempo. Se o gato não se tivesse ido esfregar nele, ninguém dava por nada que ele estava a dormir.

Quando as pessoas se aperceberam do que estava a acontecer do lado contrário ao do jogo, começaram a assobiar, a berrar alto e a mandar bocas. O guarda-redes acordou estremunhado e justificou o facto de estar a dormir com a hora imprópria a que o jogo se realizava e com a falta de luz.

O guarda-redes era alguém que eu conhecia bem, mas no sonho não me lembrava de onde o conhecia nem como se chamava. Também pensava durante o sonho em escrever um texto que tivesse como tema os horários impróprios a que se realizava aquele e outros jogos. Pelos vistos era normal os jogos serem a essa hora. Alguns. Indignada, eu questionava como seria se uma equipa do Kazaquistão fizesse um jogo àquela hora. Com ironia respondi que provavelmente adormeceriam todos, dada a diferença horária.

Com tudo isto acordei. Foi aí que me lembrei que, de facto, conhecia o guarda-redes e que realmente esse jogo aconteceu aí em 2002. Nesse jogo entre o Porto e o Grashoppers nada de anormal se passou. Nessa altura era guarda-redes da equipa suiça o jovem Peter Jehle que actualmente alinha no Boavista. Era esse o guarda-redes que eu dizia que conhecia?

Mas o que terá originado tal sonho? Normalmente costumo colocar nesta mesma página uma explicação para sonhar com isso e não com outra coisa. Na rádio ouvi falar qualquer coisa sobre o Diego. O Sporting irá jogar quarta-feira mais cedo por o jogo ser na Rússia e por, a certa altura, dizerem que os guarda-redes de Aves e Sporting tinham pouco trabalho porque o jogo se disputava longe das áreas.

Fui ver como estava o tempo. Não convinha que chovesse, senão ficaria tudo estragado. Aparentemente o dia até estava agradável. O pior veio depois.

Dirigi-me para a Praça da República onde se iriam realizar inúmeras actividades para comemorar o Dia do Coração. A sessão iniciou com terapia do riso em que toda a gente se tinha de rir de tudo e de nada. Depois teve alguma ginástica e uma sessão de Capoeira.

Em Coimbra volto a referir que estava um tempo agradável. Pessoas de todas as idades (e até cães) juntaram-se à festa e rumaram a Cantanhede em autocarros, depois de terem sido distribuídas tigelas para se provarem as sopas que lá havia e outros brindes.

À medida que avançávamos rumo a Cantanhede o tempo ia ficando cada vez mais encoberto. Ainda passei por sono durante a viagem.

Em Cantanhede o frio era insuportável e o vento soprava. Caminhámos um pouco até aos Paços do Concelho onde se iriam realizar mais actividades. Foram distribuídos balões encarnados em forma de coração e assistiu-se a uma largada de pombos. Já chovia.

Chegou o momento de provarmos as sopas confeccionadas por algumas instituições. Com aquele tempo sabia bem uma sopa quentinha e um pão a acompanhar. Foi aí que o tempo começou a piorar. A chuva tornou-se intensa, começou a ficar frio e as actividades tiveram de ser canceladas.

Andava a vaguear pelas barracas mas a chuva não convidava a andar por ali. Ninguém se lembrou de trazer guarda-chuva. A molha foi monumental.

Um grupo de jovens decidiu actuar na mesma no interior dos Paços do Concelho. Foi nessa altura que vieram chamar toda a gente para regressar a Coimbra. O tempo não estava para brincadeiras.

Saí do autocarro e segui pela primeira rua que encontrei. Asneira! E molha também porque tive de voltar para trás. Já não é a primeira (e estou em condições de garantir que não será a última) vez que eu faço isso. Sobre essa rua...há um texto quase inteiro mais à frente.

Como se não bastasse a molha, ainda achei um balão laranja junto ao Jardim Botânico e tentei (sem êxito) pontapeá-lo lá para dentro. Acabou por ficar no meio da estrada.

Com tudo isto, cheguei a casa mesmo na hora em que terminava o Mundial de Ciclismo. Paolo Bettini acabou por suceder ao belga Tom Boonen com campeão do mundo.

Depois de tirar a roupa suja e encharcada, fui descansar um pouco enquanto me deliciava a ouvir a chuva que caía intensamente. A tarde desportiva não existiu. Estive sempre à espera que começasse algum jogo, mas isso não aconteceu.

Ouvi dizer nas notícia que o Gil Vicente voltou a não comparecer ao seu jogo. Não sei onde é que isto vai parar!

O Boavista jogou com a Académica. Como habitualmente, ouvi o relato pela Rádio Universidade. Eles são demais! Desta vez, um deles desligou os fios à maneira de se estar sem emissão durante largos minutos.

O tradicional minuto 69 coincidiu com o segundo golo do Boavista. De referir que o jogo terminou com uma igualdade a dois golos.

Situação do dia:
Foi incrível a forma como as condições climatéricas mudaram num espaço de tempo tão curto. Estava de manga curta e fui surpreendida por um vento mesmo cortante. Foi aí que brindei a cidade de Cantanhede com um strip improvisado. Como tínhamos de vestir as t-shirts do Dia do Coração por cima, tirei uma camisola de manga comprida da mochila e vesti-a ali mesmo. Trazia um top por baixo. Se assim não fosse, não me apanhavam no meio da rua a fazer tais coisas.

Bacorada do dia:
“O temporal está muito mau!” (se estivesse bom evitávamos de ter ido para casa mais cedo.)

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