Sunday, December 31, 2006

Despedida

E chegou a altura das despedidas do ginásio. O cartão 2201 foi o último que registei já com algum saudosismo.

Foi um dia de trabalho como todos os outros, apesar de ser o último. As aventuras e peripécias foram as mesmas. Por exemplo, um senhor exaltou-se por não lhe ter sido fornecido um Polar quando algum ficou disponível.

Pela última vez, percorri a bela paisagem que desconhecia, até à data, poder existir em Coimbra. Foi outro ponto de vista da cidade o que me foi apresentado. Fica a promessa de dar uma volta e tirar umas fotos naquele local. No Verão do próximo ano.

O balanço que eu faço é positivo. Tudo correu bem e tive oportunidade de mostrar do que sou capaz numa área que não me era familiar. Ser recepcionista foi uma das possibilidades que se abriram, numa altura em que começo a preocupar-me com o futuro. Foi uma agradável surpresa o meu desempenho nesta experimentação.

O factor mais negativo a apontar é mesmo a acessibilidade para aquele local tão bonito. Havia apenas um autocarro e nem sempre chegava a horas.

Não tive uma recordação menos boa. Talvez uma certa desconfiança para com uma das colegas- que não se veio depois a confirmar- tenha sido o momento menos bom. Isso também se passou no dia dos meus anos em que eu reflecti (até demais) sobre alguns aspectos da minha vida.

Momentos divertidos? Talvez aquele em que uma sardanisca entrou na recepção (ver texto “A sardanisca desportista”).

Outro momento que será lembrado com alguns sorrisos teve a ver com o desconhecimento dos meus colegas (apesar de trabalharem num ginásio) do que era a bebida energética Powerade. Tenho a impressão que não contei esse divertido episódio nas minhas crónicas para este blog. Foi um lapso da minha parte não ter registado esse acontecimento, mas ainda não é tarde para o levar ao conhecimento dos presumíveis leitores deste humilde espaço.

Um dos responsáveis pelo ginásio retirou de uma das máquinas automáticas de venda de produtos uma garrafa de Powerade. Parece que a garrafa estava já aberta ou coisa parecida. A garrafa com a bebida azul ficou em cima da mesa e nós dividimos o seu conteúdo por todos. Só que alguns dos meus colegas mostravam alguma apreensão em provar daquela coisa tão esquisita para eles. Tinham medo que a estranha poção lhes provocasse uma reacção adversa. Eu ria-me porque aquela bebida é inofensiva. Tanta cerimónia para beber um gole de Powerade! Desculpem lá! Claro que tinha de me rir ao ver as caras que eles faziam a olhar para aquilo com medo de molharem sequer a boca naquele “veneno” azul.

Eu disse-lhes que aquilo era bom e que não fazia mal nenhum a ninguém. Pelo contrário, aquilo até alimenta. Eu costumo levar Powerade azul para os treinos porque vou treinar já ao final da tarde, depois de um dia extenuante. Não é pelo efeito da bebida, apenas é pelo facto de ter açúcar e atenuar um pouco o facto de, na maior parte das vezes, não ter tido oportunidade de lanchar por falta de tempo.

E assim foi a minha experimentação. A próxima semana irá revelar para onde irei fazer mais três semanas em contexto real de trabalho. A confirmar-se a possibilidade de eu ir para a Académica, será um sonho. Uma maravilha! Vou esperar.

Depois de uma noite agitada pelo já mais que habitual barulho e pelo rádio demasiado alto da minha senhoria para combater as insónias, acordei com a perspectiva de um belo dia de Sol para iluminar as últimas imagens daquele local percorrido por mim nos últimos dias.

Para além da já referida despedida do ginásio, o dia ficou marcado por um Rússia- Portugal em sub-21. Esse jogo foi um descalabro para as cores nacionais. Os russos venceram por 4-1 num jogo em que o árbitro foi protagonista pela negativa.

Para além, do juiz da partida, também o Jogador Número Sete da Rússia terá feito o jogo da sua vida. Aquele “artista” retalhou a defesa portuguesa, cavou faltas que resultaram em golos, marcou alguns dos tentos e terá também sido o responsável pela injusta expulsão de João Pereira. Muitos parabéns pelo excelente espectáculo proporcionado! Para além de um excelente jogador de Futebol, a Rússia ganhou ao mesmo tempo uma promissora estrela da representação dramática.

Esse jogador não devia jogar na segunda mão, para bem da Nossa Selecção. Haviam de lhe colocar purgante na comida para ele apanhar uma tremenda dor de barriga e não alinhar contra nós. Ele só faz estragos!

Com este resultado, eu diria que já não tínhamos hipóteses de participar na fase final do Europeu de sub-21 que se realiza, no próximo ano, no país que venceu a última edição: a Holanda. No entanto, Deus é grande e os colegas do “artista” acabariam por ser nossos amigos. Cenas dos próximos capítulos!

Por pouco que o treino não foi alterado pelo aparecimento da chuva que ameaçava cair a qualquer instante. Ainda bem que consegui realizar o que tinha pensado para aquele dia- um cooper.

Depois de quatro voltas de aquecimento e de alguns alongamentos com o mesmo objectivo, lá fui eu correr a ritmo acelerado durante doze minutos numa das pistas de fora. Percorri aproximadamente dois quilómetros, o que já é razoável nesta altura em que ainda não há competição.

E lá se passou mais um dia. Também o fim-de-semana estaria à porta. Um dia muito agitado estava a aproximar-se, como irão constatar através da leitura do próximo texto.

Situação do dia:
Fiquei extremamente contente por constatar que não sou a única a correr que nem uma doida atrás de um veículo amarelo e branco de grande porte. De um autocarro. Três pessoas correram até lhes faltar o fôlego atrás do transporte da cidade de Coimbra.

Bacorada do dia:
“Tira do mesmo lado, do outro lado!” (Outra frase que me deixou “um pouco confusa”.)

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