Sunday, December 31, 2006

Estava um lindo dia, sentia-me bem mas...desisti



Provavelmente se o tempo estivesse mau e se ele não estivesse bem disposto, nem teria alinhado. Digo eu.

Ou então, cá para mim, ele só ganha uma prova quando não se sente bem e o tempo está agreste. E já não é o primeiro. Quando está tempo bom e ele se sente bem, apetece-lhe fazer de tudo menos uma prova de Ciclismo. Mal empregado dia! Valia mais ir até à praia e caminhar à beira-mar com a pessoa amada, aproveitando o romantismo de um céu azul.

Por sua vez, quando ele não anda bem, afoga as suas mágoas a pedalar vigorosamente durante mais uma jornada velocipédica. Chamam os entendidos a isto um comportamento de compensação, isto é, compensar um momento menos bom com alguma coisa em que o indivíduo é bem sucedido.

Estou a falar do canadiano Ryder Hesjedal (que alinhou na Rabobank em 2002 e 2003 e que agora alinha na Phonak). De referir que esse atleta não compareceu à partida da prova de montanha nos Jogos Olímpicos de Atenas.

Se bem me lembro, pude constatar através da transmissão televisiva do evento que o dia estava maravilhoso. Pelo menos não chovia. Quanto ao estado de espírito do canadiano nesse dia, nada posso adiantar porque não sou mosca, nem sou bruxa. Só sei que ele figurava como não estando em prova logo nas voltas iniciais. Depreendi que ele não tivesse partido. O Campeão Olímpico, se bem me lembro, foi o francês Julien Absalon que, se fosse outro como o Ryder, queixar-se -ia do calor, do percurso e de não ter dormido durante a noite devido ao barulho que se fazia na Aldeia Olímpica a festejar as glórias de outros atletas de outras modalidades.

Custa-me a compreender como é possível um atleta não comparecer a um evento como os Jogos Olímpicos. Já uns dias antes tinha ficado a pensar no que aconteceu ao sul-africano Robert Hunter (na altura ciclista da Rabobank) para não comparecer ao contra-relógio.

Para mim que também sou atleta, uma olimpíada seria o ponto alto de uma carreira construída à base de muito suor, trabalho, lágrimas e sacrifícios da vida pessoal. Desde 1992 (altura em que descobri que também havia olimpíadas para atletas deficientes) que alimento o sonho de atingir esse objectivo. Sei que é impossível hoje, mas houve uma altura em que esteve muito perto. Se não tivesse sido traída pelo Destino...

Se a minha participação numas olimpíadas tivesse sido uma realidade, penso que nada me iria impedir de estar no local de partida. Trabalhei muito para ali estar e para realizar esse sonho comum a todos os atletas. Ou a quase todos, porque há deles que não comparecem às provas e isso para mim é inaceitável.

Só acamada e com os braços amarrados a soros e máquinas de monitorização cardíaca (como estive uma vez nos preparativos para mais uma operação aos olhos) é que eu faltaria à chamada. Uma gripe, uma lesão, uma indisposição, uma diarreia não seriam motivos para faltar a um evento pelo qual tanto lutei. Se acaso fosse lesionada para a prova, iria até onde pudesse. A minha simples presença ali valeria qualquer sacrifício da minha parte.

Ainda me lembro de um atleta italiano nuns Jogos Olímpicos não sei de que ano, a fazer uma corrida de pista com uma valente indisposição. Esse atleta no fim da sua prova deitou-se no chão. Ele saberia que o importante era estar ali e que nada o faria perder essa oportunidade pela qual anseiam milhões de atletas, desde os amadores aos profissionais altamente remunerados.

Como se costuma dizer, as conversas são como as cerejas por virem umas atrás das outras. Por ter achado curioso o facto de aquele atleta ter dito que desistiu quando se sentia bem, lembrei-me que ele pertence ao restrito grupo de atletas que se dá ao luxo de não comparecer aos Jogos Olímpicos. Eu não posso com tal ideia!

Ainda no mundo velocipédico, o Benfica prepara-se para regressar à estrada já em 2007. Parece que a ideia é construir uma equipa forte com ciclistas bem cotados. Fala-se em José Azevedo.

A acontecer o regresso do Glorioso à estrada, vou ficar dividida no que respeita a equipas por quem hei-de torcer. Por um lado tenho o regresso da equipa do meu clube do coração, que eu aprendi a amar desde tenra idade. Por outro, tenho a Rabobank que é uma das minhas grandes paixões. Também gosto da Duja-Tavira porque tenho lá amigos. Na Volta a Portugal deste ano vibrei com os seus feitos gloriosos.

Já que falei em Rabobank, parece que o Boogerd se anda a lamentar de não ser tratado das suas mazelas convenientemente. Se bem me lembro, ele queixava-se de gripe, amigdalite ou lá o que era e os médicos devem ter coisas mais graves para tratar. Ultimamente têm havido muitas quedas envolvendo ciclistas da Rabobank que deixaram mazelas mais graves que uma gripe. A solução para ele seria consultar o médico de família que o reencaminharia para um otorrinolaringologista. Uau! Escrevi esta palavra como deve ser logo à primeira!

Fui descansar um pouco. Esse descanso não foi tão prolongado como nos outros domingos. Iria haver lá em casa um almoço de retribuição a umas pessoas amigas que foram levar os pertences da minha irmã à sua casa na Marinha Grande. Esse almoço seria também aproveitado para festejar os meus anos (ver foto) que também seriam festejados na ACAPO alguns dias depois.

O almoço decorreu de forma animada e a boa disposição foi a nota dominante.

Era um domingo com muito Sol. Não estava frio nem calor. Era um dia ameno, portanto. Como num domingo normal, fui ouvir o Futebol.

Para mal dos meus pecados, a Académica perdeu em casa com o Nacional da Madeira por 1-3.

À noite, o Glorioso recebia em casa o Desportivo das Aves. Não sei o que estive a fazer que apanhei o jogo em andamento e o Benfica já perdia. Lembrei-me logo que tinha sonhado que o Benfica tinha perdido com essa mesma equipa, estava a jogar tão mal que era uma vergonha.

Tudo não passou de um susto. O Benfica acabou por venceu o jogo tranquilamente por 4-1. Destaque para o grego Karagounis que marcou um excelente golo na marcação de um livre. Ele que esteve para ser dispensado!

Preparei as minhas coisas para, no dia seguinte, iniciar mais uma semana de trabalho que seria a última no ginásio.

Situação do dia:
Para o almoço tinha também sido convidado um senhor da minha terra que é carpinteiro. Mas não é um carpinteiro qualquer. É carpinteiro de...caixões para uma agência funerária. A certa altura, em pleno almoço, a conversa começou a girar em torno de urnas, mortos e outras coisas relacionadas com essa temática.

Bacorada do dia:
“Eu gostava de ver o Benfica a jogar com o Simão, o Nuno Gomes e o Kikim González” (um desejo irrealizável!)

No comments: