Sunday, December 31, 2006

O resgate dos iogurtes



Era uma vez uma embalagem com quatro iogurtes que repousava quietinha dentro de um frigorífico. Certo dia, esses iogurtes desapareceram e a sua dona ficou desesperada à procura deles.

Isto não é um conto de fadas. Pelo contrário, eu fiquei possessa quando abri o frigorífico para tirar um iogurte para comer antes de me deitar e não vi lá nenhum. É aborrecido quando sabemos que temos alguma coisa com que podemos contar e isso desaparece sem que estivéssemos à espera. Quando isso acontece no próprio dia do aniversário é uma prenda valente. Só que eu não desejo a ninguém esse tipo de prendas.

O que aconteceu foi que as minhas colegas mudaram de casa e levaram as coisas para a nova habitação que alugaram. Como também não distinguem as coisas, levaram o que não lhes pertencia. Não foi por mal! Eu sei disso, mas queria comer e não tinha lá nada.

Tinha o número de uma delas, só que ela não atendia o telemóvel. Começava a desesperar. Por acaso ligou para mim um amigo da outra colega. Quando eu lhe pedi o número de telefone começou a disparatar e eu tive de lhe desligar o telefone na cara. Não estava para o aturar numa situação dessas. Queria ir dormir e não tinha nada ali que se comesse.

Fui ao andar de cima onde moram mais duas colegas para ver se tinham o número da outra colega. A solução foi ligarem para um colega da turma delas que lhe deu o número. Elas ligaram-lhe.

Eu não sabia para onde é que elas tinham ido morar. Se soubesse ia lá directamente. Tentei novamente ligar para a minha amiga e, desta vez ela atendeu o telemóvel. Ela foi dizendo onde era a casa delas e eu fui até lá. Fui buscar o que era meu e que me estava a fazer falta.

Eram onze horas da noite quando saí para a rua. A noite estava calma e a temperatura estava amena. O movimento era pouco. Desci a rua com a missão de proceder ao resgate dos iogurtes.

Cheguei à cortada indicada por elas. Era um local bastante escuro. Estive ali alguns minutos a explorar no meio da escuridão onde era a casa. Sentia mexer. Não sabia onde.

Vi uma luz acesa e resolvi tentar a minha sorte. Em trajes de dormir, a senhoria delas (uma senhora já de idade também) veio abrir-me a porta. Já sabia o que se passava e chamou as minhas colegas.

A colega a quem eu liguei veio dar-me os iogurtes. Agradeci-lhe imenso. Não escondia o meu contentamento. Quem me visse, julgava que tinha ido resgatar um familiar ou um amigo em apuros.

Segui o meu caminho já a beber um dos iogurtes. Não havia tempo a perder. Já estava mais do que na hora de ir dormir. Antes disso, coloquei um CD e assim adormeci.

Reza aqui o texto que dormi melhor que nas noites anteriores em que tive uns sonhos muito fora do registo normal do que costumam ser os meus sonhos.

Chovia lá fora e eu já ia a sair de casa sem guarda-chuva. Tive de voltar para trás para o ir buscar. Também fui obrigada a trocar de calçado. Dentro de casa, nem reparei que o tempo estava assim na rua.

Na paragem um homem contava as suas aventuras matinais. Naquela manhã, o despertador foi pontapeado. É duro ser despertador! Pelo menos eu não lhe invejo a sorte. Eu também me zango quando estou a sonhar com coisas boas e o raio do despertador toca para mais um dia de dura realidade.

Já não é preciso dizer que o autocarro se atrasou. A admiração será no dia em que chegará a horas.

Um bom pontapé precisava também de levar o telefone lá da recepção que andava avariado. Não se conseguia ouvir o que as pessoas do outro lado da linha estavam a dizer. Era de perder a paciência!

Dentro da sala de Musculação puxava-se pelo físico. O barulho dos ferros a bater fez-me sentir saudades de levantar uns pesos. E eu que gostava tanto disso. Por causa do meu problema nos olhos, não me é permitido trabalhar o corpo no ginásio. Que pena!

Era véspera de fim-de-semana. Iria para casa desta vez. Antes havia uma tarde de trabalho pela frente. Tinha de chegar a horas e a pressa falava mais alto que a razão. Uma senhora impediu que eu me metesse à estrada com o semáforo vermelho.

Acabei por conseguir o que queria: chegar a horas. A tarde iria ser longa. Como já estava com a cabeça no que iria fazer no fim-de-semana, comecei a disparatar e confundi um cinco com um seis.

Foi com as pernas ainda doridas dos últimos treinos que iniciei mais uma sessão. Para aquele final de tarde estava reservada uma corrida com trinta minutos de duração. Os quinze minutos iniciais foram de aquecimento. Depois fiz três sessões de três minutos mais rápidos alternados com mais duas a ritmo normal. Os alongamentos encerraram o apronto que se realizou em óptimas condições climatéricas.

E assim se passou mais um dia. Prometi ir treinar de manhã, mas o Sábado é para descansar de mais uma semana desgastante e cheia de stress.

Situação do dia:
Toupeira dum raio! Ia com tanta pressa que foi contra um senhor que trazia duas enormes gavetas. A Toupeira dum raio pensou até que fossem peças para...caixões.

Bacorada do dia:
“Não! Não entres para dentro!!” (se ele entrava “para dentro”, ia ser difícil encontrá-lo às escuras.)

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