Sunday, December 31, 2006

A pensar...





Eu não disse que me tinha de zangar com a formadora! Eu bem sonhei que me tinha chateado a valer com ela e, no dia em que escrevi aquele texto a descrever aquele sonho, alertei para o facto de o sonho se vir a realizar. (ver texto “Da casa de banho imunda ao edifício colorido”)

Obviamente que o motivo desta crispação entre nós não foi o descrito no sonho. Por esse não me chateava de certeza! Isso posso eu garantir porque tomo banho e troco de roupa todos os dias.

Mais facilmente me zangaria pelos motivos que levaram mesmo ao ambiente fervilhante que se vivia cada vez que nos tínhamos de defrontar na sala de aula.

Andámos a distribuir folhetos a alertar as pessoas para o facto de perturbarem quem vive com mobilidade reduzida através do mau estacionamento dos veículos. Sobre esse assunto, aconselho a ver uma sequência de fotos em que se podem ver dois automóveis estacionados mesmo onde estavam a causar transtorno.

Ela foi a própria a dizer que eu andava muito bem disposta naquele dia. Claro, andava na rua e era das pessoas que mais panfletos distribuía.

Só que ela fez questão de me estragar o dia. Estava numa aula com um discurso para uma colega minha que até comovia. Falava ela de pessoas que diziam uma coisa e faziam outra, não sei a que propósito. Foi já no final que ela, não me lembro por que motivo, voltou a proferir uma frase da qual não gostei.

Fui para a sala de Informática preencher as fichas da primeira experimentação e acabei-as rapidamente. Que é que ela queria que eu fizesse? Que estivesse para ali a olhar? Resolvi ganhar tempo e escrever um texto em atraso. Se bem me recordo, esse texto era sobre uma ida até Mira.

A formadora estava na outra sala a dar aulas à outra turma. Na nossa sala reinava a maior confusão. Tudo conversava, menos eu. Era a única que estava em silêncio quando a formadora chegou. Só que foi comigo que ela implicou por estar a escrever o texto. Isso intrigou-me e fiquei revoltada porque toda a gente falava de um assunto que não era para ali chamado e eu, que estava a fazer uma coisa que me enriquece enquanto pessoa e que me faz sentir bem, levei um sermão.

Depois implicou por causa de um computador de maneira a me deixar extremamente nervosa, quase a ponto de não conseguir controlar os meus actos. Continuei a escrever e, assim que a senti aproximar, minimizei o texto. Ela desconfiou, mas eu levei a melhor e disse que o tinha mesmo fechado. Tinha de me vingar! Sorte que estava quase na hora de sair e eu podia acalmar enquanto caminhava em direcção à Faculdade de Letras onde iria ter aula de Holandês.

Nem por isso acalmei. Fomos ver um pequeno vídeo para um computador que tinha colunas. Não conseguia manter os meus braços apoiados. Ainda tremiam dos nervos de me ter chateado.

A semana prometia e foi mesmo de cortar à faca entre mim e ela, mas posso garantir que tudo isto vai ter um desfecho. Aguardem!

Estava Sol pela manhã quando cheguei a Coimbra. Logo se notou que iríamos passar uma manhã diferente. Reclamei por não me terem avisado antes. Fui a casa buscar a máquina fotográfica e só depois constatei que isso tinha sido falado na Assembleia. Eu é que me esqueci.

Lembram-se de um desenho que eu fiz há uns meses atrás? (ver texto "Chorar de manhã para não fazer figuras tristes à noite") E com que disposição fiz eu esse desenho! Foi no dia em que estava bastante triste por não ir aos Campeonatos Nacionais. Esse desenho era para esta actividade. Nas fotos irão ver para que serviu a minha obra-prima.

Segundo consta, o meu desenho mereceu rasgados elogios por parte da crítica. A mensagem que ele tentou transmitir era boa e toda a gente compreendeu o que eu quis dizer.

Pelo facto de andar na rua e de estar um belo dia com Sol e Céu bastante azul, estava radiante. Depressa esgotava os folhetos que tinha nas mãos.

Algumas pessoas viam tantos deficientes com papéis nas mãos e logo se defendiam a dizer que não tinham dinheiro para nos dar. Não queríamos dinheiro, apensas queríamos que as pessoas fossem mais civilizadas.

É sempre uma balbúrdia de cada vez que vamos em grupo num autocarro. As pessoas pasmam a olhar para nós. Logo se precipitam a nos dar o lugar sem nos perguntarem se nos queremos sentar e ouve-se um coro anormal de vozes a mandar bocas e a questionar como vivermos, como é possível andarmos na rua e como ainda conseguimos brincar uns com os outros, apesar do nosso "infortúnio". Para as pessoas comuns que frequentam os autocarros, a nossa vida e tudo o que nós- seres diferentes- fazemos é confuso e desconhecido. As bocas bem abertas de admiração dizem tudo. Parece que nunca viram nada e nós é que somos deficientes visuais.

A normalidade foi reposta da parte da tarde com o regresso às salas de aula. Foi aí que se deu o episódio que é o tema principal deste texto.

Na aula de Holandês continuámos a aprender a dizer os nosso dados pessoais. Fizemos alguns exercícios com o CD interactivo e vimos um pequeno vídeo que apresentava várias situações em que havia apresentação de pessoas.

Por incrível que pareça, o concorrente do "Um Contra Todos" que disse que seis mais dois eram quinze venceu o concurso.

Bacorada do dia:
"Frida Calo era alemã." (E dizia isto com uma convicção impressionante!)

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