Thursday, May 27, 2010

Ossos do ofício- os genuínos

Começo-me a passar com algum tipo de sonhos que tenho tido ultimamente em que carne e ossos têm sido o prato forte. Eu que agora ando até a ler um inofensivo livro sobre José Veiga, antigo director desportivo do Benfica.

Nesta noite acordei eram sensivelmente quatro da madrugada, em sobressalto e algo confusa. Isto para não falar da preocupação que me invadiu o espírito. Até ttinha medo de sair à rua mas tinha de ir trabalhar e nada havia a fazer para me impedir de sair de casa. Lembrei-me que já antes havia tido pesadelos e que, inevitavelmente, tive de sair de casa e nada aconteceu. Lembro-me que a seguir ao meu pior pesadelo (ver texto “Foi horrível”) até fui a pé para a terra sem problemas.

E por que é que acordei então assim? Pouco me lembro do sonho mas do que eu me recordo já dá matéria para me preocupar. Estava eu a trabalhar com a minha chefe. Tudo normal, não fosse a necessidade de termos de arranjar uns ossos. Isso mesmo- uns ossos. Para que raio eram preisos os ossos, isso já são coisas desses sonhos macabros que nem deveriam de ser sonhados por quem trabalha e quer descansar.

Já haviamos tirado uma grande porção de terra...do quintal de minha casa- o que é ainda mais macabro mas pareciam ser familiares dela que estavam lá enterrados. A terra estava enlameada e eu escorregava constatemente, apesar de até estar um dia sem vestígios de chuva.

Um a um, eu ia apanhando ossinhos ainda com o tutano avermelhado, enquanto a minha chefe revolvia a terra. Foi assim que acordei e demorei a adormecer. Pudera!

Estava com um certo receio de voltar a adormecer e o sonho ter continuação, tal como aconteceu com o sonho do texto acima citado e que é, sem dúvida, o pior pesadelo que já tive. Nem este lhe chega aos calcanhares.

Por acaso tive sorte com o outro sonho que tive quando peguei novamente no sono. Foi muito estranho, tal como é apanágio dos sonhos mas nada de ossos, terra, sangue, carne ou trabalho.

Estava no meu quarto lá em casa. Não no meu quarto como ele é agora mas como era há cerca de vinte anos atrás em que a janela que agora dá para a sala, que entretanto foi aumentada, ainda dava para a rua. São muitos os sonhos que ainda tenho em que as janelas desses dois quartos ainda dão para a rua. Como exemplo vem, mais uma vez, o sonho mítico descrito no texto que mencionei- o tal das ambulâncias e dos gritos que marcou uma nova era no meu subconsciente.

Continuando a descrever o sonho, lia “Os Maias” de Eça de Queirós num belo dia em que o Sol irradiava das janelas abertas. Um dia lindo como estava e eu a ler sem parar. O ivro já se encontrava em muito mau estado, com as folhas já amarelecidas pelo tempo e a arrancarem-se. Eu não reconhecia a história como sendo a de “Os Maias” mas fui lendo aquele estranho enredo até ao anoitecer.

Nem dei conta do tempo a passar. Quando finalmente larguei o livro e olhei pela janela já era noite cerrada. Eram cerca de nove ou dez horas da noite. O Céu estava cheio de estrelas que brilhavam intensamente. Era uma bela noite de luar Estava uma noite tão bonita que causava um enorme prazer olhar através da janela.

Os factos estranhos chegam agora: a minha janela dava para uma rua onde havia...semáforos, um intenso tráfego e...um estádio de Futebol (aquele que eu sempre digo que mando construir quando ganhar o Euromilhões?) onde estava naquele momento a jogar o Benfica com o Nacional da Madeira.

Estava tão concentrada na leirura daquele livro tão monótono que me esqueci completamente do jogo, coisa que não é normal, embora já tenha uma vez ou ooutra acontecido.

Liguei a televisão e o jogo já estava na segunda parte. Ainda fui a tempo de ver Javi Garcia a ser expulso com vermelho directo após ter agredido um adversário.

Com isto acordei e fui à minha vida.

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