Thursday, May 27, 2010

Novidades não muito boas da terra

Cheguei do trabalho por volta das oito e meia e logo tocou o telemóvel, mal o havia ligado. Pelo toque era a minha irmã. O que é que ela me queria desta vez?

Entre outras coisas sem importâcia, ela disse-me que o meu vizinho se encontrava internado desde terça ou quarta-feira no hospital em Coimbra. O motivo eram complicações do foro urológico.

Fiquei chocada. Uma pessoa que parecia vender saúde baixar de um momento para o outro ao hospital assim com tantas complicações? Em que instantes a vida de uma pessoa anda para trás! Fiquei preocupada e, mal a minha irmã desligou a chamada, logo liguei para casa a perguntar o que se estava afinal a passar.

A minha mãe confirmou a notícia mas sempre foi dizendo que ele podia ter alta hospitalar a qualquer momento. No dia seguinte iriam visitá-lo mas eu estava a trabalhar e logo até mais tarde.

A minha mãe contou ainda que um senhor da minha terra que já sofria do coração faleceu de repente e sem que fizessem absolutamente nada para o socorrer. Zé andava a cortar lenha com a esposa e outros familiares num pinhal perto de sua casa. Faltou a gasolina no motosserra e ele teve de ir a casa buscar mais. A caminho da sua residência, debruçou-se e caiu no chão completamente morto. Quando o INEM chegou ao local só teve de confirmar o óbito e tratar de todas as formalidades exigidas numa situação como esta. Em que instantes uma pessoa perde a vida! Ainda a trabalhar normalmente. De repende debruça-se e cai inanimada no chão para não mais se erguer. Exactamente o mesmo que aconteceu a Miklos Feher em 2004. São coisas que acontecem e nos deixam a pensar no quão ténue é a fronteira entre a vida e a morte. De um momento para o outro podemos ultrapassá-la sem qualquer tipo de formalidades, no caso das pessoas que morrem sem que nada o faça prever. Pessoas como o Zé que estava a cortar lenha no pinhal e que, ao se deslocar a casa para ir buscar combustível se encontrou com a morte que o levou.

A minha mãe contou ainda que duas idosas estavam também à beira da morte, sendo uma delas a irmã da minha vizinha. Por isso se sonha tanto com terra e ossos. Eu não sou supersticiosa mas começo a acreditar no poder premonitório destas coisas. Estou pior que as velhas!

P.S.: O meu vizinho já regressou a casa, a sua tia Ilda faleceu e a outra senhora que se encontra ainda no hospital está ainda entre a vida e a morte.

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