Tuesday, May 04, 2010

O Ciclismo e os carros sem cor

Ver texto “O calor já faz das suas”

Já diz a minha mãe quando um sonho seu se realiza parcialmente que os sonhos que se tornam realidade são normalmente o contrário do que sonhámos. No texto que referi acima sobre sonhos passados há três dias atrás, sonhei com grande movimento de carros nas imediações de minha casa e com uma prova de Ciclismo em que grandes nomes do pelotão internacional evoluíam. Isto em sonos separados, embora sonhados na mesma noite. Seria possível torná-los um só na realidade? Claro que sim. Difícil se calhar era colocá-los em contextos diferentes e em dois sonhos tão opostos.

Quatro dias depois, eis a transposição disto para a realidade. Curiosos em saber como ficou isto de forma a unir as duas situações? Então cá vai a história desde início.

Como hoje é Dia do Trabalhador, não trabalhei. Apesar de estar escalda para trabalhar, houve que dar descanso. Como tenho folgas a seguir, resolvi apanhar o comboio e ir até casa descansar e colocar a escrita em dia.

Quando cheguei a casa e tentei, como é habitual, abrir uma porta com as minhas chaves constatei que a minha mãe havia deixado outras chaves por dentro. Não podia abrir as portas assim, não estava ninguém em casa e não tive outro remédio senão esperar mais de uma hora que os meus pais deixassem as lides do campo e regressassem a casa para o almoço.

Ia justamente a abrir o portão da eira quando comecei a ouvir barulho vindo do lado de Vila Nova. Era um vasto grupo de gente de todas as idades e de ambos os sexos que estava a aproveitar este dia para fazer um passeio de bicicleta. A prova do meu sonho de há dias vinha do lado contrário e estas pessoas eram cidadãos comuns. Nada de Zé Azevedo e afins. Se lá havia algum, era pura coincidência. Parte nem vinha com equipamento adequado. Envergavam mochilas e roupa confortável. Tudo ia sem capacete. Tal como no sonho, também eram duas as pessoas que ficaram para trás. Reparei nisso, por acaso. Era um avô e uma neta, se não estou enganada.

Atrás deles seguia uma extensa fila de veículos. Reparei num pormenor: nenhum era vermelho ou de uma cor mais alegre. Eram brancos, cinzentos, pretos...exactamente como no sonho em que os vi em sentido contrário e estacionados naquelas estranhas circunstâncias.

Durante a passagem daquela pequena caravana, as imagens daquela noite nunca me saíram da mente e era inevitável comparar cada uma das situações- sonho e realidade. Curioso foi como a transição de dois sonhos tão distintos foi transportada para a realidade e para um só acontecimento.

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