Sunday, May 30, 2010

Museu de excrementos humanos

Isto realmente só mesmo em sonhos daqueles bem malucos. Daqueles que nos conseguem arrancar uma boa gargalhada ao acordar e nos deixam a pensar como foi possível tê-los sonhado.

Bem, depois de ter chegado a casa (há duas semanas que não punha os pés por lá) fui matar saudades do meu cão que estava limpo e da minha caminha.

Liguei o rádio na M80 que é a rádio que eu costumo consumir mas tive de lhe mudar a frequência. Já não me lembrava que tinha havido a troca de frequências entre a M80 e o Rádio Clube. Só quando ouvi um debate ou coisa assim em vez da inconfundível música que me faz sonhar é que me lembrei.

Aos domingos de manhã costuma dar um programa só com música dos anos 80 que eu adoro ouvir. Deitei-me em cima da cama e adormeci.

Provavelmente terá passado uma música da Madonna e eu terei ouvido mesmo a dormir. Foi por isso que surgiu este disparate.

Estávamos a visitar um museu. E fizemos muito bem. Penso que foi por estes dias que se comemorou o Dia dos Museus. Nós, os deficientes visuais, até costumávamos ter actividades em museus por esta altura e tudo. Neste museu devia ser linda a actividade. Ó se devia!

Já estava a imaginar: o responsável do museu entregava a cada um de nós um penico daqueles antigos com umas florzinhas azuis pintadas à mão em toda a volta e dizia:
- “Vá, vamos recolher material para depois cada um de vós esculpir com ele o que mais gostou no museu!”

Estava eu então a visitar aquilo a que em bom calão da nossa língua se poderia chamar um museu de merda. Ele não ficaria ofendido, bem pelo contrário. Cientificamente seria apelidado como eu acima o defini ou então de dejectos humanos.

No seu interior, bem protegidos pelas agruras do tempo, estariam os dejectos de gente famosa e aqueles mais curiosos ou fora do normal. Aqueles que só fabricamos uma vez na vida ou que um Ser Humano se julgava incapaz de produzir.

Mas que tem a Madonna a ver com o museu? Tudo. É que, destacada num expositor bem especial, estava uma poia da cantora de fazer inveja. Era um dejecto enorme, castanho e brilhante como uma beringela. Estava tão bem conservado que parecia acabado de sair das suas entranhas. Eu admirei-me quando disseram que aquele dejecto já tinha mais de vinte anos. Se calhar até era a música que estava a tocar na rádio que tinha mais de vinte anos. Só podia. Gostava era de saber qual foi o sucesso da Madonna que eu confundi com merda. Qualquer um da cantora, provavelmente. Nunca morri de amores pelas suas músicas. Não tem nenhuma que eu adore mas também não tem nenhuma que eu abomine com toda a minha alma. Simplesmente ouço e pronto.

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