Saturday, April 17, 2021

“Sempre Estrangeira” (impressões pessoais)

 

De volta á não ficção, tenho agora uma autobiografia para comentar.

 

Claudia Durastanti é uma jovem escritora nascida em Brooklyn de ascendência italiana.

 

Ela tem a particularidade de ser filha de pais surdos e, por isso, teve uma educação muito diferente.

 

Como se isso não bastasse, levou uma vida errante entre os Estados Unidos e a Itália. Mesmo por terras transalpinas, viveu em locais diferentes.

 

Ao longo desta obra, a autora relata factos da sua infância e juventude. Nos Estados unidos era considerada italiana e na Itália rural era vista como uma criança excêntrica vinda de um mundo completamente diferente e com costumes e regras que por vezes chocavam os habitantes da pequena aldeia de sua mãe.

 

Por serem portadores de deficiência, os pais de Claudia eram pessoas com alguns desequilíbrios mentais e comportavam-se de acordo com as suas próprias regras também. Isto é muito comum entre os deficientes. Não totalmente integrados num mundo que não é feito á sua medida, é normal refugiarem-se em alguma coisa, nem que seja no seu próprio mundo criado para atender aos seus anseios e necessidades. Não poucas vezes algumas pessoas se refugiam no álcool ou nas drogas. Muitas sofrem de problemas mentais como depressão ou psicoses como era o caso da mãe de Claudia.

 

Tendo sido educada num meio tão especial, também Claudia sentiu necessidade de se isolar do mundo exterior. Tendo sido os seus pais pessoas incapazes de amar e de lhe mostrar o que era realmente o amor, ela desde cedo se refugiou nos livros que também eram o refúgio da sua mãe. Muitas vezes ela faltou á escola para ficar a ler.

 

Tendo-me identificado com a autora deste livro, escolhi-o para a minha rubrica semanal no Youtube chamada “ler Sem Ver”.

 

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