Sonhei que era de noite em casa dos meus pais. A lareira da casa de forno estava acesa e o ambiente era acolhedor.
Presume-se que era inverno a julgar pelo ambiente e pela roupa dos intervenientes.
Eu estava sentada ao lume quando algumas pancadas fortes no portão anunciavam que alguém chamava na rua.
A minha mãe foi ver quem era e deixou entrar o visitante.
Tratava-se de um homem de estatura média, vestia calças de ganga e uma camisola de lã azul. Era azul ou preta, estou na dúvida.
Com a barba bastante hirsuta, o que mais se destacava no forasteiro era o facto de trazer um guarda-chuva que se terá virado ao contrário com o vento. Estranhei também ele ainda o manter aberto mesmo dentro de casa.
O visitante perguntou á minha mãe se ela não teria nada que se comesse. Continuava a não largar aquele guarda-chuva xadrez que estava irremediavelmente estragado. Quase parecia um para-quedas.
A minha mãe olhou melhor para o indivíduo que tinha na frente. Nem queria acreditar. Fazia muitos anos que ele estava morto. Que fazia ali?
Disse então que queria dizer algo à minha irmã mas ela já não vivia ali.
Reinava ali um ambiente de algum mistério, um ambiente estranho. Não sei explicar.
Escusado será dizer que acordei intrigada. A imagem daquele guarda-chuva virado ao contrário não me saía da cabeça.
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