Monday, March 14, 2022

“o Amor Não É Cego” (impressões pessoais)

 

Comento aqui mais  uma obra da escritora portuguesa Teresa Caetano.

 

Desta vez a ação passa-se na zona da póvoa de Varzim. É lá que encontramos Carolina e André. Este casal é proveniente de famílias com posses, habituadas a exibir luxo e opulência.

 

Carolina é daquelas mulheres que se preocupa mais em agradar aos outros, em ter a aceitação dos seus pares, não ligando a sentimentos.

 

Ela é uma mulher bastante ciumenta. O ciúme doentio faz com que ela se sinta insegura e compensa essa insegurança com a exibição do seu luxo e do seu corpo perfeito.

 

A certa altura, André começa a não aguentar mais o comportamento de Carolina e ela descobre uma relação com a sua empregada doméstica vinda de família de pescadores. Carolina desconfiava que André  a traía mas ficou completamente escandalizada por ser trocada logo por uma mulher que não obedecia aos padrões de beleza e nem sequer se sabia comportar. André e Susana tiveram mesmo um filho, o que deixou Carolina completamente destroçada.

 

O irmão de Carolina recomendou-lhe um psicólogo para a ajudar a superar o desgosto amoroso. Sérgio dava consultas pelo telefone.

 

A pouco e pouco, Carolina e Sérgio começaram a falar mais, embora nunca estivessem cara a cara. A relação foi evoluindo e Carolina sentia que a companhia de Sérgio lhe fazia bem.

 

Chegou a altura de se encontrarem cara a cara. Carolina apanhou um choque ao verificar que Sérgio era cego. A primeira reação foi fugir mas depois compreendeu que Sérgio era um Ser Humano excecional que lhe fez ver a vida de uma outra forma e a fez mudar completamente.

 

Agora Carolina era uma nova mulher. As aparências e o que as pessoas  pensavam pouco lhe importava. Sabia que tinha de lutar pelo amor e pela felicidade ao lado de Sérgio. Mesmo que para isso tivesse de lutar contra os preconceitos dos seus pais e da restante sociedade.

 

É uma história de transformação e de inversão de valores.  Não se devem olhar as pessoas pela aparência, apenas pelo que elas são interiormente.

 

Carolina aprendeu uma grande lição e nós também.

 

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