Ainda estamos nos primeiros dias deste novo ano e já este POST se coloca para ser o POST de 2021 deste meu humilde e singelo espaço.
E eu que pensava que o meu sexto sentido, o meu poder premonitório ou lá o que queiram chamar me tinha abandonado, tal como aconteceu com a minha capacidade de ver.
Não vejo com os olhos, mas vejo com a mente. Mesmo tratando-se de alguém que nunca vi. Afinal o meu poder premonitório está em boa forma e recomenda-se.
Tudo começou no passado Sábado quando o Santa Clara se havia deslocado ao terreno do Boavista, também conhecido por Estádio do Bessa.
Como o Boavista e o Moreirense vestem ambos de xadrez e a equipa de Moreira de Cónegos ia jogar com o Santa Clara para a Taça de Portugal, logo a minha mente criou uma imagem bastante nítida entre as duas equipas. Santa Clara de camisolas vermelhas bem brilhantes na mente de alguém que há muito deixou de ter capacidade de ver as cores. Do outro lado estava o Moreirense de calções verdes e camisolas axadrezadas. Ainda me lembro como alinhavam as equipas em termos de equipamentos.
O jogo era histórico para os açorianos. Se passassem para os quartos de final da Taça, seria a primeira vez na sua história.
E então, enquanto ouvia o relato de um jogo que se aproximava do fim, imaginei esse jogo entre cónegos e açorianos já nos minutos finais. O Jogador Número Setenta do Santa Clara tinha nos pés a responsabilidade de levar o seu clube a feitos nunca antes alcançados. Ele ia marcar um penalti. Se o concretizasse, ficaria com o seu nome na história do clube.
O jogo com o Boavista estava a chegar ao fim. Faltava um minuto para terminar o tempo de compensação. O treinador da equipa açoriana, porque o empate já servia, fez entrar o Jogador número Setenta para queimar tempo.
Sem disfarçar o sorriso, sempre fui congeminando que no próximo jogo ele iria jogar e marcar o golo da sua vida…e da do clube também.
Estávamos nos instantes finais do jogo em Moreira de Cónegos. As equipas estavam empatadas a uma bola e já se pensava no prolongamento. Eu continuava a visualizar as duas equipas em campo. O Jogador Número Setenta do Santa Clara tinha sido titular e estava até a fazer um bom jogo. Eu ia pensando: se o jogo vai a prolongamento e depois a penaltis, sendo ele um especialista, fica para marcar um dos últimos.
Mas nem sempre a premonição é uma ciência exata. Faltavam escassos minutos para terminar o jogo. O Jogador Número Setenta do Santa Clara saltou mais alto que o guarda-redes do Moreirense e marcou aquele golo que ficaria para a história do seu clube. Provavelmente foi também o golo da sua vida. O primeiro de um iraniano que se aventurou no futebol português.
Não foi de penalti como ouvi durante aquele lapso de clarividência. Foi ele que acabou por marcar aquele golo. Nisso não me enganei.
Que seja o primeiro de muitos. Ele merece ter sorte.
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