Foi uma tarde diferente, esta passada na CULTURGEST. Estava ali patente uma exposição que as pessoas portadoras de deficiência visual podiam apreciar.
Tratava-se de trabalhos artísticos criados no século vinte usando apenas o som como forma criativa. Havia desde poemas fonéticos em várias línguas a coisas muito simples que, precisamente por isso, revestem-se de genialidade.
Numa sala havia uma escultura sonora com vários sons. Dava a sensação de realismo. Num dos trechos tinha cães a ladrar que pareciam que nos iam morder a qualquer momento. Dava vontade de sair dali a correr para fugir daqueles cães, tal o realismo.
Numa outra sala da exposição estava um vídeo que era pouco acessível a nós, mas para mim foi o ponto mais engraçado da exposição. Isto porque se criam verdadeiras obras de arte com coisas simples de que nem imaginávamos. Um artista chamado Bruce estava a lidar com um bloqueio artístico e, ao mesmo tempo, via a sua casa ser infestada por roedores. Então ele lembrou-se de filmar o seu gato perseguindo os ratos. Devo dizer que o bloqueio artístico desse senhor deve ter acabado ou mesmo nem deve ter existido. Foi uma ideia genial. Se eu me tivesse lembrado disso, estaria agora rica. Tudo com cenas da Adie á caça na casa de forno. Consta que uma vez ela caçou três ratos em menos de um quarto de hora. Em casa do senhor Bruce, em seis horas de filmagens contínuas, apenas se aproveitaram quarenta e cinco minutos de extrema emoção causada pelo gato a perseguir os roedores. Sendo assim, tenho de dizer aos meus pais para colocarem câmaras na casa de forno. Ia dar certamente um filme de suspense.
Com muitas ideias de criar arte a partir do som, regressei. Ainda me estoua rir de se criar arte a partir de ratos numa casa e um gato a tentar apanhá-los.
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