Thursday, January 19, 2012

Directamente do Luxemburgo

O sonho gira em torno de uma estranha encomenda que recebemos lá em casa, contendo objectos variados, na sua maioria peças de vestuário, que estranhamente alguém nos terá enviado directamente …do Luxemburgo. Seria engano? Provavelmente, mas nós começámos logo a vasculhar as coisas.

Cada um de nós logo se apoderou do que pôde e mais lhe interessava e ainda ficou muita coisa arrumada a um canto da sala para ver mais tarde.

Eu logo separei para mim umas caças de ganga que tinham a particularidade de estarem mais desbotadas atrás do que à frente e uma camisola azul muito bonita com riscas vermelhas. Hei-de ver se existe pelo menos uma igual por aí à venda. Gostava de ter uma.

Havia também velhos jornais desportivos. Peguei num e fui para o meu quarto ouvir música. As publicações eram já bastante antigas e eu ia contemplando aquelas autênticas relíquias.

Reconheci um jogador luxemburguês que havia jogado contra equipas portuguesas. No mesmo sonho, o mesmo jogador era o oito numa foto, o quinze noutra e ainda o vinte e um noutra. Ainda estive para jogar no Euromilhões com esses números mas nem tempo tenho para jogar agora nestes dias de Inverno em que saio do trabalho e vou para casa por estar escuro e frio para andar na rua.

Continuava a admirar aqueles jornais enquanto ouvia música e lá fora a noite ia caindo. Refira-se que aquela não era uma noite qualquer. Era a noite da véspera de Ano Novo.

Vieram-me chamar para o jantar e eu respondi que já ia mas não tinha vontade absolutamente nenhuma de sair dali de onde estava. Estava ali tão bem…

O meu pai começou a embirrar comigo, não sei a que propósito, e rasgou-me os jornais em mil pedacinhos. Fiquei possessa de raiva. Nem sei o que me apetecia fazer-lhe. Seguiu-se uma violenta discussão em que toda a gente gritava e tentava fazer-se ouvir. Era ver quem gritava mais alto e quem proferia os mais indecorosos insultos capazes de despedaçar o coração do seu destinatário e o desmoralizar de tal maneira que ele fosse para o seu canto reflectir, carpir as mágoas e arrepender-se de ter começado a discussão. Por mais que eu me esforçasse para gritar cada vez mais alto, a minha voz nunca se sobrepôs às outras. Não me ouviam com os seus próprios gritos e insultos.

Encontro-me agora num local com relva à beira de uma piscina. Não é a primeira vez que sonho com tal sítio, saliente-se esta curiosidade. Ali havia imensos guarda-sóis coloridos. Eu enterrei o meu guarda-sol que era igual aos outros na terra fofa e fiquei ali sentada com um casal de amigos que eram desconhecidos e foram inventados pelo meu subconsciente.

Por cima de onde estávamos foi anunciada a chegada do comboio para a Figueira da Foz. Era aquele o comboio?!! Só se os passageiros fossem animais! O comboio que ali estava parado era um daqueles horríveis de mercadorias, daqueles com uns vagões cilíndricos aos quais tenho pavor e que eu digo que não mudaram nem um pouco desde os tempos em que eu era criança.

Imediatamente a seguir, anunciaram outro comboio que era então o nosso. Como o tempo estava de chuva e pouco agradável para se estar ao ar livre, arrumámos as nossas coisas à pressa e fomos para cima subindo uma escada de madeira…forrada a veludo vermelho.

Antes de partirmos, encontrámos outras duas amigas nossas que também não existem na realidade e trocámos breves palavras antes de nos despedirmos.

Refira-se que acordei e adormeci sempre a sonhar com o mesmo. Com coisas que chegaram do Luxemburgo. Provavelmente na origem deste sonho terá estado o visionamento de velhos vídeos do Festival Eurovisão, no tempo em que o Luxemburgo participava e era sempre candidato a vencer. Em 1973, uma das vitórias conseguidas por este pequeno país foi conseguida com esta música. Era o tempo em que o Festival ainda era ganho por músicas de jeito.



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