Wednesday, January 18, 2012

Chamou o táxi e ficou a pé

Não. Não se trata de uma descrição de mais um sonho. Se acaso esta história fosse um sonho, seria um sonho bem curioso, bem louco e bem disparatado. Por incrível que pareça, esta história aconteceu na realidade.

Domingo à tarde. Começa-se a preparar tudo para o regresso às localidades que nos acolhem durante a semana de trabalho. É muita a correria e a atenção para que nada de importante fique para trás. Medicamentos, óculos, carteira, telemóvel. Acomoda-se o saco das provisões à roupa na mochila.

O almoço havia sido acompanhado pelas tropelias da gata da minha irmã que não nos deixava comer nem despachar. Foi por isso que perdi o comboio das duas horas e tive de ir mais tarde com a minha irmã. Ela chamou o táxi para então nos levar a ambas até Mogofores.

Já pronta, estive um pouco à espera no meu quarto a ouvir um pouco de rádio. A minha irmã ainda acomodava as provisões no saco.

O táxi buzinou à porta e a minha mãe berrou de dentro para, alegadamente, eu me despachar. Ela estava, na verdade, a falar para a minha irmã que ainda se encontrava dentro de casa.

Pensando que a minha irmã já estava na rua, desatei a correr na direcção do táxi. Na rua estava o filho do meu vizinho que tinha ido lá a casa buscar umas prendas que a minha irmã lhe tinha comprado. Ele ajudou-me a tirar a minha mochila que com a pressa havia ficado presa na grade do portão. Perguntei-lhe se ele já tinha apanhado as coisas dele lá em casa e ele disse que as vinha buscar. Fechei a porta do táxi. O táxi arrancou.

Ao longo da viagem estava a estranhar o facto de a minha irmã estar tão calada. Ela, que sempre mete conversa com o taxista e é melhor conversadora seja com quem for do que eu.

Já íamos em Anadia quando ela ligou a dizer que tinha ficado a pé e a pedir ao taxista que a viesse buscar para o comboio seguinte. Fiquei admirada. Então ela não tinha entrado?

Quando cheguei a Coimbra, com muitas gargalhadas à mistura de parte a parte, ela relatou a deliciosa história que se viveu lá em casa. O filho do meu vizinho, depois de ter admirado as prendas que lhe foram dadas, perguntou à minha irmã como é que ela ia para a estação. Ela disse que ia de táxi e foi então que ele disse que o táxi já tinha ido embora. Toda a gente ali ficou especada à porta da eira a olhar para a estrada. Deve ter sido um episódio brutal. Só de pensar nisso, uma comichão assola-me a garganta, fazendo-me rir às gargalhadas.

E assim se fabricou esta história real e bastante curiosa.

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