Sunday, September 04, 2011

“One Love”- Bob Marley (Música Com Memórias)



Este tema ultrapassou gerações e resistiu a décadas e décadas. Ainda hoje passa em todas as rádios com uma frequência incrível.

Estávamos no longínquo ano de 1991 e, não sei a que propósito, esta música andava a passar muito na rádio de Oliveira do Bairro que então se chamava Emissora Voz da Bairrada. Só há pouco tempo é que eu soube que este tema afinal não era desse ano. Então por que passava com muita frequência no Verão daquele ano? Provavelmente terá havido qualquer reedição de temas de Bob Marley ou algo assim para este tema ficar na moda.

As nossas professoras do ensino especial sempre nos apoiaram (a mim especialmente) no sonho de vir um dia a fazer rádio e, por vezes, levavam-nos às instalações da Emissora Voz da Bairrada em Oliveira do Bairro. Já éramos praticamente da família. Das pessoas que ali trabalhavam na altura, pouco ou nada sei mas gostava hoje de saber o paradeiro da minha grande amiga Cristina Silva que depois vim apanhar também na Rádio Província em Anadia.

Era um tempo em que era frequente eu apanhar amigdalites, especialmente no Verão. Lembro-me de estar ansiosamente a medir a febre com um termómetro que não funcionava. Queria estar em forma para mais uma ida a Oliveira do Bairro.

Estava na cama a ouvir rádio e pensava em rever os amigos. Esta música passou várias vezes nesse dia. Lembrava-me da Paula e ainda hoje me lembro dela quando ouço esta música. Tenho a mania de associar músicas a pessoas, mesmo que não tenham nada a ver. Se penso em determinada pessoa quando passa determinada música, ela como que se torna numa espécie de banda sonora dessa pessoa, tal como acontece nos filmes e nas novelas. Esta música ainda hoje me traz à memória a figura da Paula com um leve vestido de Verão lilás, os cabelos compridos e soltos, a redigir as notícias. Era isso que ela fazia.

Estava um calor imenso, apesar de ser de manhã. Toda a gente usava roupas de Verão. Eu, não sei por que carga de água, envergava umas calças de ganga e uma camisola de manga comprida. Ambas as peças eram da minha irmã.

Foi mais uma manhã bem passada, tal como eram todos os momentos vividos na Rádio que tinha um sótão lá em cima que eu, durante muito tempo, usei como cenário de acontecimentos rocambolescos, um pouco inspirada pela leitura dos livros “Uma Aventura”. De facto ninguém ia para ali, nem mesmo a Cristina. Alguns anos depois, ainda nos rimos de eu pensar que ali havia discos e livros velhos, uma passagem secreta para algures e que o local era assombrado.

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