Thursday, May 24, 2007

Ó Luisão olhó balão


Diz que eram quatro da madrugada quando Luisão foi mandado parar pela Brigada de Trânsito. Chamado a soprar no balão, o defesa do Benfica acusou excesso de álcool no sangue.

Como é procedimento normal nestas situações, o brasileiro foi presente a tribunal para dizer de sua justiça. Já no local de treino, Luisão justificou-se numa conferência de imprensa em que confirmou ter sido detido após ter sido confirmado que realmente conduzia com uma taxa de alcoolemia acima do permitido por lei.

O atleta justificou-se com um jantar de amigos, depois da longa viagem que fez desde as Arábias. Naqueles países, realmente, a religião muçulmana não permite que se beba outra coisa para além de chá e aguinha pura. A boa picanha com arroz de feijão preto que os brasileiros tanto adoram também é desconhecida para os homens de turbante.

Chegado a Lisboa, Luisão vingou-se. O repasto foi intenso. Altas quantidades de picanha com arroz do mais natural e feijão preto importado do Brasil foram devoradas por ele e sua família. O repasto foi tão intenso que se estendeu pela madrugada dentro. Depois da picanha, também houve um enorme rodízio à brasileira regado com cerveja fresquinha. Hum! De comer e chorar por mais!

De barriga cheia e sem sede nenhuma, o brasileiro pegou no seu automóvel e regressou a casa. A fria madrugada de Janeiro mostrava os seus rigores aos membros da Brigada de Transito que tinham de fazer alguma coisa para aquecer. O carro dos brasileiros foi, por isso, mandado parar e Luisão lá teve de bufar no balão. O excesso de álcool era o menos para os brasileiros. Se houvesse um detector de picanha e de feijão, acho que ele rebentava com a escala. Conduzir com a barriga cheia também pode originar acidentes e manobras perigosas. Especialmente se comeram feijão preto a acompanhar a bela da picanha.

Estava Sol, mas também estava algum frio- para não dizer mesmo que estava muito frio. Janeiro já se faz sentir com grande intensidade. Aguardem pelos próximo dias para ver que nesta manhã até estava uma temperatura de Verão, se compararmos com alguns dias que aí vêm. Dia 26, por exemplo.

É incrível! Sempre que eu me estou para ir embora, acontece sempre qualquer coisa para me atrasar. Cai alguma coisa no chão para eu me demorar a procurá-la, não sei de alguma coisa que me é precisa, entorno bolachas no chão e tenho de as apanhar, cai roupa ou livros...É demais! Parece praga que me rogaram.

Que bom! O autocarro estava quentinho. Estando lá dentro, não apetecia nada voltar à rua. Saberia bem andar nele sem destino com os pés agradavelmente quentes e sem sentir as agruras do tempo frio lá fora. Mas tenho de sair...Se eu não tivesse que trabalhar, andaria naquele autocarro durante todo o dia. Nem a noite me impediria de dar mais umas voltas pela cidade de autocarro.

Naquela manhã o computador resolveu complicar. Estava lento demais e dava uns erros esquisitos. Se demorou uma eternidade a procurar uma escola, foi anormalmente rápido a encontrar outra. Foi o fim do Mundo com ele!

Depressa chegou a hora de ir almoçar. Quando regressei, ainda ouvi parte das notícias. Uma notícia curiosa chamou-me a atenção. Uma encarregada de educação de um aluno protesta porque não queria que o filho passasse para o 5º ano. Diz que a criança não está preparada para prosseguir e não o deixa ir às aulas. Essa é boa! No tempo em que eu estudava, havia pais que iam demonstrar a sua raiva e descontentamento porque os filhos reprovavam. E posso dizer que não eram nada meigos nos insultos aos docentes, especialmente aos directores de turma. Vi uma vez uma encarregada de educação de uma miúda da minha terra a dar tamanho escândalo que nem os outros encarregados de educação- minha mãe incluída- poupou nas suas críticas. Chegou mesmo a dizer que a filha não passou de ano porque ela não tinha o hábito de oferecer presentes aos professores como, por exemplo, a minha mãe fazia para eu e a minha irmã não chumbarmos. Ora essa!

O problema com o computador foi definitivamente resolvido e não houve chatices da parte da tarde.

Depois de sair do trabalho fui até à sede da Briosa visitar o pessoal e procurar um bilhete para o jogo da próxima segunda-feira com o Benfica. Chamou-me a atenção aquele rapaz alto e magro que envergava uns jeans azuis e uma camisola às riscas. Conhecia-o. Havia lá um funcionário na Académica que era assim como ele, segundo a minha percepção de toupeira. Perguntei a esse rapaz se estava tudo bem, mas ele não me respondeu.

Instantes depois, a secretária da Académica chegou e cumprimentou-me com grande alarido. Ficou agradavelmente surpreendida de me ver por lá. Ela desculpou-se por não ter tempo para conversar comigo porque tinha uns assuntos a tratar com o Gyano. Eu perguntei-lhe onde é que ele estava e ela disse que ele estava mesmo ao pé de mim. Toupeira dum raio! Então não é que o Rapaz da Camisola às Riscas que eu cumprimentei quando entrei julgando ser o funcionário da Secretaria era, afinal, o Gyano! Como ele ainda não domina a Língua Portuguesa não me respondeu quando eu perguntei como iam as coisas. Quando lhe falei em Inglês ele já percebeu.

Minutos depois, chegava o genuíno funcionário da Académica que eu confundi com o Gyano. Vestido de ganga, ele é ligeiramente mais forte, apesar de ser praticamente da mesma altura. É, no entanto, menos jovem que o avançado húngaro da Briosa.

Sentei-me um pouco à espera da minha orientadora de estágio. Preparavam-se os jogos do fim-de-semana e os miúdos treinavam Futsal. Os cromos que a minha orientadora de estágio idealizou quando eu lá estava estão a ser um sucesso e vendem-se a ritmo alucinante. Os miúdos deliram com eles. Ainda bem! Ela trabalhou tanto neste projecto que merece o sucesso que está a ter.

A minha orientadora de estágio chegou finalmente e estivemos alguns minutos a conversar. Na sede da Briosa não havia bilhetes para o grande jogo. Havia que ir ao Estádio comprar.

Foi o que eu fiz. Era noite cerrada e o frio era intenso. Caminhava ao longo do Estádio. Nessa altura deveria estar lá dentro a treinar, mas não treinei por ter ido à sede da Académica. A bilheteira estava fechada para meu azar. Voltaria lá no dia seguinte. Não queria por nada perder aquele jogo. E eu que sou adepta dos dois emblemas!

Finalmente cheguei a casa. Para se protegerem do frio, os dois gatos pretos resolveram dormir um pouco no quentinho do sofá da sala. Se os deixassem, dormiriam lá de bom grado até de manhã.

O final do dia foi passado a ver televisão. No dia seguinte havia uma assembleia decisiva para o futuro da ACAPO. Levantar-me –ia mais tarde.

Algures em Marrocos, os nossos representantes no Lisboa-Dakar prosseguiram alguns quilómetros e continuam a percorrer esse território do Norte de África. Para sobreviverem, andam a vender por irrisórias quantias em dinheiro os produtos que os patrocinadores lhes ofereceram. Recorde-se que parte dos patrocinadores são empresas de medicamentos que aliviam os problemas digestivos, tais como: diarreia, má digestão, náuseas, vómitos, dores de estômago, prisão de ventre e acumulação de gases. E lá se vai o chá dos marroquinos!

Só agora reaprei- e não deixa de ser cómico- os nossos pilotos andam porta a porta a impingir algo aos marroquinos? Essa é boa!

Ah! Já me esquecia, os nossos jovens também transportam folhetos com o endereço deste humilde blog. Só que os marroquinos não vão entender uma única palavra porque eu não sei Árabe e traduzir estes textos enormes para Francês dá imenso trabalho.

Situação do dia:
Na paragem do autocarro um casal de idosos resolvia a sua vidinha e tentava organizar-se da melhor maneira. Diz a senhora para o marido que se movia com extrema dificuldade e com o auxílio de canadianas:
-“Eu vou a pé, que me faz melhor, e tu vais de autocarro.”
Com nítida dificuldade, o idoso entrou no autocarro. Cambaleando por força dos seus problemas físicos, vasculhava os bolsos à procura do passe ou de uma senha para poder viajar. Estava a ser difícil encontrar e o homem não se sentava. Era o Deus-nos-acuda sempre que o autocarro travava ou executava um movimento mais brusco. O homem ameaçava estatelar-se no chão ou ir contra o vidro e magoar-se imenso. Por fim, lá achou uma senha (ou comprou uma) mas não a soube passar na máquina correctamente. A máquina manifestou-se com aquela musiquinha bem engraçada a que eu já fiz referência num destes dias. Comentário do homem após várias tentativas de passar a senha sempre de forma incorrecta:
-“Logo via que a música era diferente!”
Resta dizer que o senhor saiu nos HUC. A viagem também era curta. Se a esposa chegou ou não primeiro que ele indo a pé, não sei responder.

Bacorada do dia:
“As toucas custam 10 cêntimos?!!” (Liquidação total! Venham!)

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