Tuesday, May 22, 2007

Autocarro fedorento


Sempre atenta a tudo o que se passa a meu redor, dou por mim a observar tudo e mais alguma coisa minuciosamente. Todos os meus sentidos estão em estado de alerta. Todos mesmo. Até a escassa visão que tenho serve para observar a realidade que eu capto na minha rotina diária.

O facto de andar muito de autocarro e de encontrar lá todo o tipo de pessoas leva a que siga ao pormenor o que se passa em cada viagem. Todos os dias tem de acontecer algo novo e engraçado.

Falei num texto anterior de uma conversa interessante sobre o vestuário de ontem e de hoje. Agora vou falar de algo menos agradável que se vê muito nos autocarros. Infelizmente.

Ah! Não se vê, sente-se. Entra-nos pelas narinas e provoca em nós sensações de repulsa, de desagrado...Enfim.

Muita gente viaja diariamente de autocarro. Não admira que os veículos cheguem ao final do dia com uma amálgama de cheiros impregnada no seu interior. Uns mais agradáveis que outros.

No fim de almoçar apanhei um dos autocarros que vai para o hospital. Vinha da cantina e o cheiro da comida apoderou-se do meu casaco. Era um cheiro agradável, sobretudo para quem ainda não tinha almoçado.

O mesmo não se pode dizer de certos odores que certas pessoas transportam para dentro dos autocarros. O que me causa ainda mais impressão é que essas pessoas têm, muitas vezes, como destino o hospital. Tenho pena dos profissionais de Saúde que têm a má sorte de atender pessoas que não cuidam da sua higiene mais elementar.

Sempre que eu sinto que alguém cheira desagradavelmente mal, a primeira paragem que eu imagino para destino final é a dos HUC. Acerto em mais de noventa por cento das vezes. Na sua maioria são pessoas de uma certa idade e que aliam a falta de higiene a outra característica- não sabem como picar as senhas e desconhecem o local onde vão parar.

Mas a família dessas criaturas deixa-as ir assim para o médico? É incrível! Coitado do médico que tivesse de atender o avozinho que vinha atrás de mim no autocarro. O intenso cheiro a urina que emanava do indivíduo não o deixaria avaliar o seu actual estado de saúde com precisão.

Mas nem só de falta de higiene pessoal vivem os autocarros fedorentos. Aconteceu também cheirar desagradavelmente a naftalina. A traça já não iria, certamente viajar naquele autocarro. A criatura até devia trazer bolas no bolso. Doses industriais delas mesmo.

Outro aroma mais habitual, mas igualmente desagradável é o cheiro a tabaco. As pessoas fumam na paragem enquanto esperam nervosamente pelo autocarro. Quando o avistam, apagam os seus cigarros à pressa e entram ainda a fumegar. É horrível.

E assim se fez mais uma viagem até aos odores sentidos no interior dos autocarros. São eles os nossos companheiros de uma viagem curta, mas intensa.

Parecia mais um dia de Primavera do que de Inverno. Estava mesmo um velo dia para se andar a passear na rua.

È incrível! Sonhei com um cão preto que tive quando era criança. Onde é que eu fui buscar essa?

Como acontece às quartas-feiras, fui até à ACAPO. Consultei os mais e consultar outras páginas da Internet que me dizem respeito.

Depois do atendimento, havia que retomar o trabalho normal. Fiquei furiosa porque o autocarro arrancou quando eu estava a chegar à paragem. Que nervos!

Tive de esperar largos minutos pelo autocarro seguinte. Foi durante esse período que passou um carro funerário com umas flores azuis-celeste sobre um caixão. Ninguém fica indiferente à passagem desses veículos da morte.

Nada houve de relevante nessa manhã. À tarde haveria mais trabalho.

Cheguei a horas. E lá fiz asneira! Tirei uma senha para uma menina que, afinal tinha cartão.

O Glorioso defrontava a Lazio no Torneio do Dobai. O jogo voltou a ser decidido através de pontapés da marca de grande penalidade. Moreira que foi titular nesse jogo defendeu 3 penalties, sendo um deles do próprio guarda-redes da Lazio.

A Lazio tem muitos jogadores que são meus velhos conhecidos. Conheço há muitos anos o albanês Tare que também foi um dos que falhou a grande penalidade. É um jogador que eu distingo bem ao longe pela sua peculiar fisionomia.

Makinwa conhecia um que jogou no Setúbal aqui há uns anos e que era conhecido, simplesmente, por Maki. Consultando a página oficial do clube romano acabo de constatar que não é o mesmo. Provalemente serão da mesma família.

A vitória encarnada no Torneio do Dobai ficou selada com o pontapé vitorioso do jovem Pedro Correia.

Infelizmente a morte de um motociclista e lutou a caravana do Lisboa- Dakar e veio relembrar a todos os participantes que todos os dias e em cada trajecto o perigo espreita.

Alheios a isso, os ossos pilotos continuam em Marrocos e de lá não sairão tão cedo. Ontem deixaram o autocarro num local e foram em busca de uma aldeia perdida num local onde uma casa é uma perfeita miragem. Apanharam um pequeno susto porque já não sabiam onde tinham deixado o veículo, mas logo o localizaram graças ao fumo que ele continua a deitar. De referir que eles afastaram-se ainda alguns quilómetros.

Bacorada do dia:
“Há muitos jogadores que têm dupla nacionalidade portuguesa.” (São os chamados portugueses de alma e coração.)

No comments: