Saturday, May 19, 2007

Crónica de um dia normal

Levanto-me bem cedo. Tem de ser! A música alegre que escolhi no telemóvel para me despertar contrasta com o ar sonolento e a pouca vontade de enfrentar o frio da manhã.

E lá dou os primeiros passos no quarto. Ainda meio ensonada, coloco um CD a tocar para ser a banda sonora daquela manhã. Hoje é quarta-feira e tenho a sorte de me levantar um pouco mais tarde porque vou para a ACAPO ter atendimento com o psicólogo.

A manhã é de Sol. Encontro-me na cozinha a tentar ligar o esquentador. Apanho um valente susto. Uma bola de fogo sai do seu interior e espalha um cheiro a esturro pela casa. Tudo se normalizou.

E depois do fogo, a água. Tive outra vez de limpar o chão da casa de banho. Mas de onde vem tanta água? Não percebo. A minha grande preocupação é se a minha senhoria escorrega no chão molhado e cai.

Depois de me ter preparado e de ter tomado o pequeno-almoço, fui ao banco levantar dinheiro para pagar o alojamento. Só depois rumei à ACAPO para consultar a Internet.

Depois do atendimento, fui até ao meu local de estágio, a Piscina de Celas. A água estava a ser submetida a tratamento.

Chegou a hora do almoço. Como sempre acontece, desloco-me à ESEC para almoçar na cantina. Hoje a novidade é a colocação de umas mesas na rua para os estudantes estarem sentados a conversar ou a fazer os seus trabalhos académicos. O problema é que estamos em Janeiro e esperam-se dias de frio intenso.

Regresso à Piscina para mais uma tarde de trabalho. Quem não quer trabalhar é o computador porque cada vez está mais lento. Eu também sou lenta, por vezes, a fazer contas. Estou mesmo abaixo de forma nos pagamentos!

A febre da Floribella continua. Agora canta-se uma canção que é qualquer coisa como “Assim Será”. Eu não sou fã de tal coisa. Se calhar os fãs da Floribella também não gostam das coisas que eu admiro. Perguntem-lhes só se eles conhecem a Rabobank.

Chegou a hora de sair. Há que apanhar o autocarro de volta para casa. Enquanto espero na paragem, uma ambulância passa a toda a velocidade. A enorme fila de carros que entretanto se formou ali arreda-se quase para cima dos passeios para lhe dar passagem.

Já dentro do autocarro uma criança pede encarecidamente ao condutor que espere pela sua mãe. O condutor não atendeu ao pedido e alegou que tinha horários a cumprir. A criança ficou sozinha na paragem à espera da mãe. Iriam no próximo autocarro!

O meu primeiro treino em 2007 consistiu em quarenta minutos de corrida contínua e alongamentos. Foram doze voltas completas numa pista de fora. Durante a corrida tive de parar para apertar os atacadores das sapatilhas. Tive de parar o cronómetro. Não foi a mesma sapatilha que se desapertou.

Depois de alguns alongamentos que concluíram uma hora de treino, fui tomar banho. Tive de ter cuidado porque havia vidros no balneário. Tinham partido um frasco de perfume ou algo do género.

E encontro-me novamente em casa. Há roupa para arrumar. Aproveito e distribuo também os sabonetes com aroma a limão que comprei nessa manhã pelas gavetas. Procuro a minha senhoria por toda a casa. Desta vez parece que não está mesmo. Se calhar foi cantar as janeiras.

O frio aperta. Depois de comer alguma coisa, há que ver um pouco de televisão. Enfio-me debaixo dos cobertores.

No “Um Contra Todos” a concorrente venceu e ficou nas nuvens. Decidiu apresentar o programa e até se saiu bem. Malato deve ficar preocupado com a concorrência.

O telemóvel toca quando eu já estou deitada e a começar a dormir. Os pés já aqueceram. Era a minha irmã.

Desligo a televisão e adormeço outra vez. Mal sabia que aquela noite seria passada em sobressalto.

Situação do dia:
Uma senhora ligou para a Piscina de Celas, imagine-se, a perguntar se era da TVI.

Bacorada do dia:
“Os habitantes da Estónia são os estóicos.” (Só se for a aguentar o frio que deve ser muito para essas paragens.)

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