Saturday, May 19, 2007

Em sobressalto

Há noites assim! Um pesadelo nunca vem só. O remédio é acordarmos e vermos que nada daquilo se passou. Apesar disso, a angústia e o medo já se apoderaram de nós. Eis o relato de dois pesadelos ocorridos numa só noite. São duas situações completamente diferentes, mas ambas me fizeram acordar em sobressalto. Se até pude sorrir com a primeira ao acordar, com a segunda fiquei completamente em pele de galinha. Aqui temos uma das situações que referi no outro dia que na vida real não me causa medo e em sonhos fico completamente passada.

Eis os pesadelos de uma noite de Inverno:

A manhã parecia ir alta. O Sol brilhava num belo Céu azul e invadia o meu quarto de Coimbra. Acabava de acordar. Ainda meio a dormir e estranhando o facto de estar assim tanto Sol peguei no relógio de pulso. Nem queria acreditar! Já eram 9.47 horas da manhã! Fiquei fora de mim. Tinha de ir trabalhar e não acordei. Eram os meus primeiros dias de estágio. Não! Isso era demais. Que vergonha! Adormeci e agora?!!

Quando acordei suspirei de alívio ao ver que ainda era noite cerrada e que a madrugada ainda tinha muito para dar. Pena foi que o muito que aquela madrugada ainda tinha para dar fosse do género daquilo que eu passo a narrar seguidamente!

Tudo começou com uma colega minha da formação a decidir aprender Holandês também. Iria com uma tia para a Holanda de forma a esquecer a tragédia que lhe bateu à porta. Eu sentia um pouco de inveja por não poder ir até lá. Mas que tragédia foi essa afinal?

O sonho avança no tempo. Dias mais tarde dizem-me que a minha colega está zangada comigo por causa das aulas de Holandês. Na vida real eu andei zangada com ela, como referi neste blog na altura em que algumas quezílias entre nós duas aconteceram. Agora está tudo ultrapassado e ela ligou-me anteontem quando eu me estava a inscrever para a consulta a perguntar se ia estagiar. Naquele sonho que descambou para um pesadelo horrível voltávamo-nos a desentender. Enquanto me diziam isso eu fazia qualquer coisa no computador e nem prestava atenção.

Depois de ter avançado no tempo, o pesadelo recua até acontecimentos trágicos. Isto quase dava para escrever um livro. Por enquanto dá para escrever um post para o meu blog.

A minha colega disse que tinha de ir ao Instituto de Medicina Legal reconhecer o corpo do namorado que tinha sido vítima de um crime terrível. Eu, o meu pai e um outro senhor que eu não conhecia também lá estávamos. O indivíduo que estava connosco ia frequentemente à casa de banho. Um local daquela natureza dava-lhe volta ao organismo.

Encontrávamo-nos numa sala de espera do IML. Havia ali muitas portas de madeira pintadas de castanho-escuro. As paredes eram brancas e a iluminação era feita através de luzes fluorescentes. Só a casa de banho tinha uma lâmpada normal.

A minha colega estava inconsolável e chorava pelo corredor. O namorado dela chamava-se Vítor bruno ou Hélder Bruno. No sonho apareceu com dois nomes diferentes. Na vida real não tem nenhum desses nomes. O que os sonhos fazem! Nem sei onde fui buscar isso.

Não sei que voltas o sonho deu que o aparato para o funeral já era em minha casa. Começa o terror! Fechei-me no meu quarto às escuras a ouvir música. Não queria, de maneira nenhuma, ouvir o triste e horrível espectáculo que vinha lá de fora. Cortava mesmo o coração. Ouvia música de Leandro & Leonardo e de outros artistas que me fizessem ignorar o que estava a acontecer ali. Por mais que tentasse escapar, os sons eram arrepiantes. Magoavam mesmo.

Apareceu o meu primo (filho da minha madrinha). Eu admirei-me de ele ali estar. Ele contou-me que presenciou o assassinato daquele rapaz. Ia na mesma viatura que foi alvejada a tiro por desconhecidos. Por sorte não sofrei quaisquer danos.

Continuava na penumbra do meu quarto. O meu rádio continuava com o volume no máximo para impedir que ouvisse o que vinha do exterior. O horror apoderava-se de mim. Começava a ter medo. Ouvia agora cassetes com brancas entre músicas. Esses tempos mortos incomodavam-me porque ouvia aquilo que não queria: prantos tristes e gritos de horror.

A certa altura passava uma música horrível. Ainda hoje me arrepio só de pensar nela. Acho que até para um filme de terror tal melodia sensibilizava demais as pessoas imunes a essas coisas. Foi aí que acordei. Ainda bem que me encontrava em Coimbra e não em minha casa. Seria terrível acordar no mesmo cenário onde decorria o pesadelo- o meu quarto.

Mal dormi o resto da noite. Depressa chegou a hora do despertador tocar. Tinha um ar cansado. Aquele pesadelo deixou-me de rastos. Havia algumas nuvens no Céu e o frio de Janeiro sentia-se com alguma intensidade.

No trabalho confundi duas senhoras e esqueci-me de dar saída de um cartão.

Na paragem dos HUC é raro o dia em que não apareça uma pessoa ou mais que não saiba, nunca tenha visto ou faça mil e uma confusões com as senhas. As máquinas passam-se e avariam.

Da parte da tarde tudo correu normalmente. A água da Piscina teve de ser desinfectada novamente. Ah! Houve uma senhora que entrou nas instalações de propósito só para perguntar as horas. Certo não confiava em quem encontrava pela rua.

Ameaçava chover. Queria ver se o agravamento das condições climatéricas não estragava o treino. Este decorreu sem chuva. Depois de cinco voltas à pista dadas em 15.37.65 minutos, fiz rectas de sensivelmente sessenta metros. Este apronto serviu de preparação para as provas do próximo sábado. Como habitualmente, os alongamentos concluíram um apronto que durou uma hora, tal como sucedeu na véspera.

Os gatos andavam dentro de casa e foram para o meu quarto. Eu brinquei animadamente com eles. Eu adoro mesmo estes animais. São fofinhos e aliviam a tensão. Quando eu passei por momentos mais delicados da minha vida, em que sofria as agruras do glaucoma, tinha o Raider para me fazer companhia. Depois ele foi atropelado e eu senti muito a sua falta. Nenhum outro me fazia tanta companhia como ele. Aqui em Coimbra há dois gatos que nos fazem companhia e sempre mato saudades dos lá de casa.

No “Um Contra Todos” a pergunta era sobre cinema e fez uma autêntica razia entre os concorrentes. Houve 42 respostas erradas!

Situação do dia:
. Os chuveiros do Estádio têm uns tapetes com uns buraquinhos. Algo estava a entupir esses buracos que emitiam um som cómico à passagem da água. Assobiavam, zumbiam e até parece que cantavam, por vezes. Era de morrer a rir.

Bacorada do dia:
“Tenho-me trazido de esquecer essa porcaria.” (O tipo de conversa que se tem para um gato.)

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