Wednesday, October 13, 2021

Pisando sangue

 

Uma das sensações mais agradáveis que existem é sem dúvida estar a viver um sonho, tomá-lo como real, por mais horríveis que sejam os factos, depois acordar e perceber que estamos tranquilamente na nossa cama e nada daquilo aconteceu realmente.


Foi o que aconteceu nesta noite.

 

Não sei precisar o que se tinha passado. Seguramente houvera um crime violento e muita gente, familiares e conhecidos, reuniam-se em nossa casa. O ambiente era tenso. As conversas iam dar invariavelmente aos factos. Não cheguei a perceber quem de facto tinha morrido e em que circunstâncias. Em circunstâncias violentas,  sem dúvida.

 

Eu tentava-me afastar de todo aquele burburinho. Dizia-se que o corpo ainda estava lá em casa. Falava-se dos últimos momentos da vítima, quem quer que ela fosse.

 

A certa altura, olhei para o chão da cozinha, como ela fora há muitos anos atrás antes de sofrer obras. Com horror verifiquei que, por mais que tivessem limpo o chão, algum sangue escorria. Cada vez aparecia mais. Sinceramente, parecia nascer sangue no chão misturado com água.

 

Alguém limpava e ia-me avisando que estava a pisar sangue. O que acontecia  era que, por mais que me deslocasse para um local seco e limpo, logo uma poça de sangue nascia inexplicavelmente aos meus pés.

 

Isto podia muito bem ser um conto de terror mas os créditos vão inteiramente para o meu subconsciente.

 

O bom disto é que esta ideia pode ser sempre desenvolvida para um conto.

 

Para já fica assim.

 

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