De vez em quando, surge um livro de elena Ferrante para ler. Esta senhora italiana é de facto incomparável. As suas personagens, normalmente mulheres, são inolvidáveis.
Giovana é uma adolescente que vive em Nápoles com os seus pais, ambos professores. Ela vive rodeada de livros e cultura mas pouco sabe das coisas práticas da vida. Os seus pais ocultam-lhe muitas coisas.
Certo dia, ela ouve o seu pai mencionar que ela é cada vez mais parecida com a sua tia Vittoria- uma irmã do seu pai que mora na zona pouco recomendável de Nápoles e que não se dá com o resto da família. Curiosa como todas as raparigas da sua idade, Giovana vai procurar vestígios da presença dessa sua tia em álbuns de família. Intrigada, constata que todas as fotos em que ela aparecia se encontram riscadas. Isso ainda acicata mais a vontade de conhecer essa sua tia.
Os pais acabam por concordar que Giovana conheça a tia e vá aos poucos penetrando no seu mundo tão diferente daquele mundo estéril em que é criada. Sua tia é uma pessoa incrivelmente prática, uma mulher muito rude mesmo. Trata-se de alguém sem filtros, sem maneiras, bastante arrogante. É a tia que ensina algumas coisas que os pais jamais ensinariam a Giovana. A sexualidade é uma delas. Habituada a entender o mundo pelos livros, Giovana ouve o mais ordinário calão da boca da sua tia.
Ela vai observando os seus pais e outros adultos. Descobre um eventual quadrado amoroso entre os seus pais e o outro casal amigo. Descobre afinal de contas que ser adulto não é propriamente um mar de rosas. A vida dos adultos é uma constante farsa.
Com tudo isto, Giovana vive uma existência confusa. Não sabe separar o meio termo entre a vida dos seus pais e a vida da sua excêntrica e grosseira tia.
Um livro bastante engraçado bem á moda barulhenta dos italianos.
No comments:
Post a Comment