Wednesday, February 17, 2021

” Um País Encantado” (impressões pessoais)

 

Luís Miguel Rocha não terá vivido o suficiente para ver o seu talento reconhecido e aclamado como merecia. Portugal terá perdido prematuramente um belo escritor de escrita criativa. Alguém com uma imaginação bem aguçada.

 

Ao ler esta obra, revi nela alguns traços de Saramago, mas levados a um outro nível. Por vezes levado a um nível que fazia com que o autor se perdesse um pouco nessas considerações.

 

Estou-me a recordar da descrição rebuscada de um corredor que tinha duas portas. Eu também tenho aqui em casa um corredor com duas portas. Imagino como o descreveria se acaso tal me fosse solicitado.

 

A ação passa-se nos anos trinta no norte de Portugal. É a história do Coronel Silveira e do Conde Sabugueiro. A interação dos personagens é contada num registo sarcástico e bem mordaz. Como eu disse, talvez Luís Miguel Rocha tenha ido beber a Saramago, mas aprimorou tanto a coisa, que conseguiu até superar o mestre. Eu consegui rir bem alto com certo tipo de comentários que o autor fez enquanto descrevia as cenas mais embaraçosas da obra.

 

Mais um livro na senda dos últimos que tenho lido. Aqueles que nos arrancam um ténue sorriso ou sonoras gargalhadas. Aqueles que, mesmo depois de terminada a sua leitura, ainda nos fazem rir a horas tardias da noite ao revermos algumas cenas.

 

Numa altura como esta, rir faz muito bem ao corpo e á mente. As gargalhadas e a diversão seguem dentro de momentos!

 

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