Friday, September 14, 2012

“”Uma Questão Pessoal (impressões pessoais)


Bem, temos aqui uma grande história. Uma história que nos leva a pensar, a reflectir e a pensar no que faríamos se viesse a acontecer algo semelhante connosco.

No meu caso específico, essa situação não se aplicaria, uma vez que seria inevitável poder vir a ter filhos com deficiência, dada a natureza genética do nosso problema. Os futuros pais sem qualquer anomalia que lerem esta obra ficarão a pensar no que fariam no lugar do personagem que se vê a braços com o nascimento de uma criança completamente diferente das outras.

É também interessante o facto de este escritor japonês escrever este livro um ano depois de ter sido ele próprio pai de uma criança com deficiência. Pode-se considerar então isto uma obra autobiográfica.

Há que referir que estamos nos anos sessenta e os factos são vividos no longínquo Japão com uma outra cultura e uma outra mentalidade. Também é ponto assente que qualquer Ser Humano teme o desconhecido e esse temor transforma-se em resistência e repulsa pelo objecto estranho.

Ao perceber que o seu filho não é como as outras crianças, o personagem desta obra faz de tudo para se livrar daquilo a que chama um monstro, precisamente pelo desconhecimento que tem acerca da deficiência. Ele pensa que será melhor o seu filho morrer. Naquela altura nascer-se com problemas era um passaporte para uma vida sofrida e infeliz. Hoje não é bem assim. Conheço pessoas com deficiências mais profundas que conseguem ser mais felizes do que eu e conheço pessoas perfeitamente normais que conseguem ser mais infelizes do que eu. Estas últimas eu não compreendo porque não sofrem dor física constante, não vivem com a ameaça de o seu problema regredir ainda mais do que já regrediu, conseguem-se deslocar em qualquer meio de transporte para qualquer lugar para trabalharem ou para verem os seus amigos, podem potenciar os seus talentos pessoais sem que ninguém coloque isso em causa e os impeça de os exercer…que querem mais?

O pai desta criança não toma as atitudes correctas mas, num último momento, coloca a mão na sua consciência e aceita o seu filho tal como ele é. Corre em frente para enfrentar os seus problemas juntamente com ele, com a sua mulher e com o resto da família.

A leitura desta obra foi bastante positiva. É uma temática que me diz muito por razões obvias.

Recuemos ainda mais no tempo, para a época da I Guerra Mundial, para ler uma obra diferente e não menos interessante. Sinceramente, tenho alguma curiosidade em relação a esta obra pelo facto de o autor recorrer a animais que vemos todos os dias para potenciar o terror. Será interessantíssimo.






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