Thursday, September 06, 2012

O despertar (violento) dos sentidos

Quando se pensa em pesadelos, pensa-se logo em imagens fortes, mortes, desgostos, angústias, mas esta vertente de sonhos sem estas componentes também não é nada agradável.

A noite de sonhos estava a correr de forma normal. Sonhei com um evento qualquer de Futebol que estava a ser transmitido na Antena 1 e com outras coisas de que não me lembro muito bem. A certa altura, tirei alguém de onde estava a chatear outro colega e obriguei-o a desempenhar uma qualquer tarefa de que não gostava. Tinha esse controlo. Digamos que pode ter-se tratado de um episódio de paralisia do sono mas ao contrário dos que me costumam afligir. Este terá ocorrido ao acordar.

Já sonhava com a minha pequena gata cinzenta que tinha fugido para o jardim de minha casa que estava severamente alterado oniricamente e onde havia uns seres que eram um misto de pequenas aves ou grandes insectos. Quando persegui a gata, uma nuvem daquelas coisas pousou sobre mim. Corri na direcção da ponte com eles entranhados num casaco vermelho que envergava e a morderem-me. As dores eram reais. Acordei com o corpo a fervilhar.

Não me lembro com que sonhei a seguir mas são lembranças bem nítidas, as do momento final desse sonho. De manhã bem cedo, estava no que podia ser o quarto da minha irmã lá em casa ou o meu quarto daqui. Vou mais para a segunda hipótese. O telemóvel tocou. Eu ainda tinha um pequeno telemóvel azul do qual já me desfiz há seis anos. Estranhei ser ainda muito cedo.

Atendi o telemóvel com o coração nas mãos. Do outro lado da linha atendeu-me a minha mãe mas logo foi substituída por uma voz que parecia a do meu vizinho a cantar uma estranha melodia aos gritos que me ecoava na cabeça e me fazia grande impressão. Desliguei o telemóvel com a cabeça quase a estoirar. O telemóvel tocou de novo. A cena repetiu-se, agora de forma mais violenta. Eu gritava o mais alto que podia. Estava a ponto de enlouquecer.

Acordei sobressaltada. A cabeça fervilhava. Gritos e vozes do sonho ainda ecoavam na minha mente. Estive algum tempo acordada. Eram cerca de quatro da manhã.

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