Sunday, May 29, 2011

O quarto dos marroquinos

Este é um sonho deveras curioso. Provavelmente a origem vem do livro que eu ando a ler.

Sonhei que fomos a uma excursão. No final da tarde, já no regresso, parámos para a habitual merenda mas eu e a minha mãe resolvemos ficar dentro do autocarro.

A ala masculina do grupo estava a demorar uma eternidade a regressar e foi por isso que nós saímos à procura deles. Provavelmente ainda estavam a fazer o tradicional raide pelas tascas, tão do agrado aqui do pessoal das redondezas.

Seguimos na direcção de onde ouvimos o inconfundível som de animadas vozes masculinas. O espaço era aberto. Era uma espécie de adega ao ar livre, com aqueles buracos onde se costumam enfiar as garrafas deitadas na horizontal. Ali, em vez de garrafas, estavam garrafões daqueles de cinco litros. Alguns deles estavam sem rolha e sujos de vinho tinto, sinal de que tinham sido despejados recentemente. O odor a vinho fresco era extremamente forte.

Estávamos nós a apreciar o local quando um jovem marroquino se abeirou de nós e nos pediu ajuda para socorrer um amigo que estava bastante doente na cama. Provavelmente seriam imigrantes ilegais e sem meios de viverem com dignidade.

Seguimos o jovem por uma ruela estreita, escura e onde quase não dava para passarem duas pessoas lado a lado. O caminho também era um pouco sinuoso.

Entrámos numa espécie de barraca sem porta e apenas com uma divisão que era o quarto deles. Tratava-se de uma divisão escura, minúscula, a abarrotar de tralha e onde grassava a completa desordem.

Só ao canto de uma parede é que se vislumbrava um colchão onde parecia estar alguém deitado com os olhos fechados e imóvel. Alguém que parecia estar bastante debilitado.

Acordei.

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