Wednesday, May 25, 2011

Feliz e divertida Páscoa

Por aqui a Páscoa é à segunda-feira. O Domingo para nós é um dia normalíssimo.

Ao contrário dos últimos dias, esta segunda-feira acordou com sol e as temperaturas anteviam-se agradáveis.

Levantei-me tarde e já não deu para ir à missa na capela da aldeia. Vesti-me e fiquei a aguardar pela visita pascal. Este ano o meu vizinho é mordomo do Senhor e por isso é ele quem transportará a Cruz.

Ainda nada estava preparado em casa quando soou a campainha a anunciar a chegada da visita pascal. A minha mãe ordenou que se fosse primeiro a casa do meu vizinho. Como ele era mordomo, teria de haver uma paragem mais longa para a comitiva petiscar alguma coisa. Faz parte da tradição ser assim.

Também eu fui beijar a Cruz a casa dos meus vizinhos e esperei a comitiva já em minha casa.

A campainha soou com um barulho estridente que inflamava o ar. Era o meu vizinho que a transportava. Beijámos a Cruz e preparámo-nos para o faustoso almoço de Páscoa que estava previsto.

Estariam presentes muitos familiares e um casal amigo da minha irmã. A mesa estava posta na sala.

Quando os convidados começaram a chegar, a ideia de se transferir o jantar para a eira, aproveitando o agradável dia que estava, ganhou peso.

A ideia de se almoçar no exterior foi-se tornando mais sólida mas estava algum sol que batia fortemente numa das pontas das mesas que imediatamente foram carregadas por toda a gente e transferidas para a eira.

Estava criado o mote para a animação que se seguiu. Para se proteger a parte da mesa exposta ao sol, houve que deitar mão a todos os guarda-sóis e guarda-chuvas que havia lá por casa. Na passada quinta-feira, lembrando-me que podia apanhar chuva pelo caminho, comprei um enorme guarda-chuva com motivos de xadrez numa loja de chineses. A minha mãe logo começou a discutir porque não havia necessidade de comprar mais um chapéu tendo eu tantos. Mas eu esqueço-me deles. Isto de andar de cá para lá e de lá para cá tem dessas coisas. Então não é que esse chapéu veio a ser útil no almoço? Já por lá havia um parecido em casa. Faltava um chapéu para terminar a protecção da mesa e eu lembrei-me de vir buscar esse. Foi de extrema utilidade.

E segurar os chapéus lá em cima? Isso é que foi uma aventura! Ao fim de longo tempo a tentar fixar os chapéus, o almoço lá se iniciou.

Do menu constava canja de galinha, cozido à portuguesa e, como não podia deixar de ser, leitão à Bairrada. Depois houve inúmeras sobremesas, café e muita bebida. A animação reinou durante o almoço com a minha tia a merecer quase a totalidade das atenções. Sendo a mais velha e o único elemento vivo dos irmãos da minha avó, é natural que todos os mimos e manifestações de carinho vão para ela.

Os chapéus foram caindo um a um por cima dos convidados. Um deles caiu por cima de mim e um dos guarda-sóis acabou por esbarrar com o meu primo Miguel. O curioso é que os chapéus começaram a cair justamente quando a sombra ocupava já toda a mesa. Não eram mais precisos, logo se mandaram cá para baixo a pedir que os fechassem e os deixassem voltar aos seus tranquilos aposentos.

Toda a gente estava contente e satisfeita por tudo ter corrido bem. Um grande dia, este passado em família.

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