Wednesday, April 26, 2006

Dois jogos, um só resultado



Foi já em cima da hora que me levantei naquela manhã de sábado que mais parecia uma manhã de Inverno. O frio e a chuva faziam, esquecer que se aproximava o final do mês de Abril.

À minha mente vinham reflexões engraçadas que me faziam sorrir. Estava a pensar como seria o “Gato Fedorento” noutros países. Em Espanha, por exemplo, haveria a “Série Gonzalez”. Na Alemanha era a “Série Müller”. E na Holanda haveria a “Série De Groot” ou a “Série Dekker” certamente. Estava a saber bem estar ali mas, por mais que o tempo estivesse frio e chuvoso, tinha que sair à rua. Havia Goalball.

O torneio de Goalball que opunha as duas equipas de Coimbra à de Castelo Branco ia ter lugar no Liceu D. Duarte. Para lá nos dirigimos e preparámos o que faltava para que se desse início ao evento. Fiquei espantada com uma bola nova que era azul- em vez de ser vermelha como as outras. Nunca mais a larguei e atrasei-me um pouco para filmar alguns lances do jogo, tal como pretendia.

Os jogos terminaram ambos com o mesmo resultado: 9-5 a favor dos Alvicastrenses. Um dos jogos marcou a despedida do Zé dos palcos do Goalball. No final do jogo, ele teceu o seguinte comentário: “Despedi-me com uma derrota, mas saí satisfeito!” O ambiente era de festa . Assim é que o Desporto é bonito!

Ainda houve tempo para algumas crianças de uma instituição de Coimbra experimentarem também as emoções do Goalball e perceberem o quão difícil é desempenhar qualquer tarefa sem ver. Andavam, naturalmente, perdidas no espaço sem saber para que lado ia a bola nem para onde se deslocar. Ao ver aqueles meninos e meninas a jogar lembrei-me de uma situação semelhante que se passou há alguns anos atrás. Se não me falha a memória, foi numa escola na Lousã. Nesse dia, todos os alunos de uma turma se dividiram em equipas de três e jogaram uns contra os outros. A equipa vencedora jogou connosco depois. Lembro-me também que houve uma menina que jogou extremamente bem- o que não é fácil para uma pessoa que vê e que se apanha com os olhos tapados de repente. Mas essa aluna adaptou-se incrivelmente bem ao Goalball e foi o garante para a sua equipa vencer todos os jogos.

A tarde reservava-me uma surpresa. Vi um amigo meu que já não via há muito. Estava diferente com o cabelo mais comprido. Fomos juntos até á estação para eu apanhar o comboio e ir para casa ainda a tempo de ver o jogo que daria o título ao Porto definitivamente.

Situação do dia:
Como não podia deixar de ser, os acontecimentos em Penafiel merecem natural destaque. Eu estava a assistir ao jogo pela televisão e já estava a adivinhar que os adeptos portistas iam invadir o terreno de jogo antes do final. É que estava a ver muitos adeptos a saltar para fora dos placards publicitários. De nada valia o esforço do speaker do estádio a tentar evitar a invasão. Eles precipitaram-se que nem flechas em direcção ao relvado. O alvo era o autor do golo- Adriano- que logo ficou em cuecas a correr pelo campo fora à procura de um lugar seguro para fugir à multidão em delírio.

Bacorada do dia:
“Vais para Vila Real? Vais para o pé dos serranos.” (essa geografia!)

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