Tuesday, April 18, 2006

Cheiros, sabores e emoções fortes




O dia prometia bastante. Íamos sair de Viseu. O destino era uma estufa de plantas biológicas e medicinais perto de Castro de Aire. Apesar de estar um agradável céu azul, fazia um frio que cortava mesmo. Na Pousada estava o aquecimento ligado. Chegávamos à rua e aquele vento frio parecia-nos glaciar.

Chegar até á estufa foi uma verdadeira aventura. Aquilo não era uma estrada, era um autêntico caminho de cabras. Estávamos a ver que o autocarro se precipitava pela ribanceira abaixo ou batia acidentalmente naquelas casas de pedra já antigas que davam um tom místico àquela localidade. Parecíamos peregrinos a percorrer aqueles caminhos por onde se via que não passava um veículo motorizado, apenas animais a julgar pela bosta que se via pelo chão. Junto à estufa o clima parecia tirado de qualquer cena surreal. O vento era agreste e cortava de tão gelado que estava. O céu estava de um azul vivo como nunca vi e o sol brilhante contrastava com o frio que sentíamos.

No interior da estufa a temperatura era completamente diferente. Havia tabuleiros com plantas secas e uma senhora preparava outras ervas para secar. Um senhor americano explicou-nos tudo sobre aquela empresa situada num sítio tão estranho. A explicação para esse facto tem a ver com a necessidade de aquelas ervas não poderem estar em contacto com as outras culturas e precisarem de um sítio que não estivesse sujeito a qualquer tipo de poluição para se poderem desenvolver. Realmente por ali o progresso não passou e o ar era bastante puro. Ideal para um passeio para fugir aos fumos da cidade.

Havia uma mesa preparada com ervas aromáticas que tivemos oportunidade de cheirar e até de mastigar. Ao fim de algum tempo havia uma amálgama de aromas nos nossos dedos que se entranhou para o resto do dia. Depois fez-se a encomenda de algumas infusões para quase todas as maleitas dos dias de hoje. Houve gente que trouxe imensos saquinhos com ervas medicinais para depois fazer um chá milagroso que cure o seu problema de saúde.

Regressámos a Viseu para almoçar já com viagem marcada para perto de Oliveira de Frades. Íamos continuar numa de produtos naturais. Desta vez íamos visitar uma fábrica de papel que tinha a particularidade de ser feito com materiais naturais e de forma artesanal, digamos assim. Parte do papel era feito de pedaços de tecido velho. Depois era-lhe misturado outro tipo de material. Folhas, ervas, sementes e pequenas coisas que nem fazíamos ideia que servissem para fazer papel também entram nesse processo. O resultado final é um papel especial que é bastante bonito para ocasiões especiais.

A viagem de regresso foi animada com algumas cantigas e a animação prosseguiu já em Viseu. Nessa noite iríamos à discoteca. Eu nunca tinha ido a uma discoteca. Não tenho esse hábito. Gosto imenso de música, mas ouço-a em casa. Ia experimentar aquele ambiente de diversão.

Devidamente identificados lá fomos para a night. A discoteca ainda não estava aberta e tivemos de esperar largos minutos para entrar. Durante algum tempo a pista de dança era toda nossa e aí é que era divertido. Depois começou a chegar mais gente e- com ela- a confusão, os atropelos e alguns copos partidos no chão. A música ia subindo de ritmo e a discoteca ia enchendo. Apesar de estar ali imensa gente, eu dancei até à hora do regresso.

Foi uma experiência nova! Diverti-me bastante!

Situação do dia:
Como referi atrás, deram-se situações caricatas à hora das refeições. Nós não vemos e é natural entornarmos copos pela mesa fora, cotovelarmos garrafas e espalharmos a comida no local da mesa que já não nos pertence. Mais estranho é esse tipo de coisas vir de um empregado. O jantar de terça-feira foi uma animação! A mesma pessoa entornou natas do céu em cima da mesa e- minutos depois- presenteou um colega meu com um banho. Já não me recordo, mas parece que entornou uma garrafa de água com um prato.

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