Thursday, August 18, 2022

“As Maravilhas” (impressões pessoais)

 

Elena Medel é uma poetisa espanhola que um dia se lembrou de escrever um romance. O resultado foi este.

 

Ao longo de gerações, a autora espanhola conta a história de Maria nos anos sessenta que deixou a sua filha  Carmen ao cuidado dos irmãos e partiu para Madrid em busca de emprego. Ela que tinha engravidado na adolescência.

 

Nos anos atuais, a autora narra a história de Alicia, filha de Carmen e neta de Maria. Ela que tem de trabalhar na loja do metro de Madrid para sobreviver, á semelhança do que aconteceu  com a sua avó. A certa altura, avó e neta encontram-se numa manifestação de mulheres. O que vai acontecer? Elas que não tiveram qualquer contacto anterior.

 

O que mais me chama a atenção nesta obra é a sua simplicidade na forma como os acontecimentos são narrados. As leitoras identificam-se com as mulheres do livro. A história podia ser a delas.

 

Costumo dizer que os poetas têm alguma dificuldade em se fazer entender através de  vocabulário simples que possa ser entendido por qualquer dona de casa. Quase de certeza que esta obra lhes chegou sem sobressaltos ou qualquer dificuldade de interpretação. Como eu disse, ela leva a que todas as mulheres donas de casa ou de classe trabalhadora se identifiquem com Maria ou alicia. São mulheres comuns. Podiam ser qualquer mulher que se cruza connosco na rua, no autocarro ou no metro.

 

Achei neste livro uma expressão curiosa. A autora, para expressar a cumplicidade entre casais que vivem  juntos escreve que a mulher reconhece o cheiro da  merda do companheiro pela manhã. Se mesmo assim não entendem a linguagem deste livro…

 

Um livro recomendado a todas as mulheres.

 

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