Apesar de a minha avó já ter morrido há mais de trinta anos, de vez em quando recrio os seus últimos momentos em sonho. Não faço uma viagem ao que se passou. O meu subconsciente traz-me versões alternativas completamente desfasadas do que realmente aconteceu.
É o caso da versão mais recente deste sonho recorrente. A minha avó sentia que aqueles eram os seus últimos momentos e pedia-me que não saísse de ao pé dela. Tinha alguma coisa importante para me dizer. Ultimamente toda a gente que aparece nos meus sonhos tem sempre algo para dizer. Não sei o que significa tal fenómeno.
Mas eu tinha de sair e apressava-me a vestir antes que perdesse o transporte. Por acaso fui para vestir uma t-shirt branca e notei que ela estava muito pesada. Quando a ia a enfiar pela cabeça notei que a Adie estava deitada em cima dela quando a apanhei para vestir. Ela fincou as unhas de tal maneira no algodão, que estava a ser difícil de a tirar dali.
Entretanto, esse tempo que demorei a me desfazer da gata foi também o último momento da vida da minha avó.
Ela já se encontrava imóvel na cama. Não me chegou a dizer fosse o que fosse.
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