Tuesday, May 28, 2013

“O Padre Negro” (impressões pessoais)



Viajemos agora até à Inglaterra de inícios do século vinte. Uma aldeia vive aterrorizada devido à aparição de um padre que terá sido assassinado há uns séculos atrás. Depois também há a permanente busca por um tesouro que ninguém sabe se existe ou não na realidade.

Edgar Wallace traz-nos um enredo que, à primeira vista, teria vários vilões e só duas personagens do lado dos bons – Dick e Leslie. Com o decorrer da história não será bem assim. Eu julgava que Arthur era um homem sem escrúpulos, um advogado cheio de dívidas, que gastou o dinheiro dos outros até ao último centavo nas apostas de cavalos e tudo perdeu. Seria capaz de vender a irmã ao homem que lhe acenasse com dinheiro para reparar as suas faltas.

Gilder e Mary tinham ar de conspiradores e de pessoas pouco confiáveis. Afinal Gilder apenas ama excessivamente Leslie mas ela ama verdadeiramente Dick que é o segundo filho de uma família aristocrata inglesa. Parece que no Reino Unido, naquela época, o primeiro filho era o único que herdava os bens dos pais e por isso Arthur desaprovava o romance de sua irmã Leslie com Dick.

No final dão-se uma série de acontecimentos estranhos com assassinatos, desaparecimentos misteriosos e o rapto de Leslie. Fica-se a saber que, tal como em todas as obras, só existe um vilão. Os outros eram só para baralhar.

No meu entender, esta história acaba por ser mais interessante à medida que se aproxima do fim. Durante mais de metade do livro nada se passou de relevante, a não ser o drama de Arthur de conseguir dinheiro para saldar as suas inúmeras dívidas. Dava a sensação de que os personagens se andavam a tramar uns aos outros. A intriga estava no máximo.

Gostei desta obra, embora tenha-a achado um pouco maçadora algumas vezes. O desenlace acaba por ser bem conseguido e isso faz com que eu a considere muito boa.

Já me encontro a ler uma obra escrita pelo nosso mais conceituado escritor contemporâneo. José Saramago pega num dos heterónimos de outro grande nome da literatura nacional e dá-lhe vida. “O Ano Da Morte De Ricardo Reis” é o livro que já me encontro a ler.

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