Wednesday, October 19, 2011

Vieram para assaltar e acabaram a amassar bolos

Há sonhos bem curiosos e estranhos. Acordamos e ficamos admirados com a capacidade que o nosso subconsciente possui para inventar cenas dignas de terror ou de uma comédia pura.

Este sonho é deveras curioso. Se um dia eu for em frente com a ideia de compilar os melhores sonhos que tive, com toda a certeza que este terá entrada directa nessa obra.

Foi uma noite em que até sonhei com bastantes coisas diferentes mas é este o episódio que recordo mais nitidamente.

Estávamos no nosso quarto. Nos meus sonhos aparece sempre o quarto onde agora dorme apenas a minha irmã e, nos sonhos, aparece ainda com as janelas a dar para a rua. Hoje a janela do quarto da minha irmã dá para outra divisão da casa. A explicação que eu encontro para ainda sonhar com o quarto como ele era antigamente é a de que o meu subconsciente busca factos do passado, mais propriamente da infância. Na infância o quarto era assim e nele dormia eu, a minha irmã e a minha avó.

Parecia estar uma noite fria. Encontrava-me sentada na cama da minha irmã, debaixo de espessos cobertores e com a luz acesa. De repente, um movimento estranho na janela chamou-me a atenção e logo alertei o resto da família.

O medo apoderou-se de mim. Claro que eram assaltantes. Tinha receio de que eles fossem muitos, fossem extremamente violentos e que viessem fortemente armados.

Saímos todos para a rua e o meu pai encetou uma caça ao homem naquele momento, mesmo ignorando com o que podia contar. Acabou por encontrar o ladrão no quintal, junto às ameixieiras, com uma enorme saca plástica a abarrotar de ameixas. Espera aí, não era Inverno? Bem, da maneira como o clima anda, isso não interessa nada. Também isto é um sonho e podem perfeitamente haver ameixas no Inverno…e um assaltante como este também.

Afinal o meu pai apanhou só um elemento da “quadrilha” que era composta por um casal de Leste. A mulher chamava-se Olga. Estavam ali a assaltar porque tinham fome. Apenas e só. Nada de armas ou de resistência.

A minha mãe convidou o casal a entrar. Em cima da mesa estava um alguidar de massa para bolos caseiros que a minha mãe amassava quando foi interrompida pelo rebuliço do assalto.

Apesar de trazer umas mãos muito encardidas, Olga resolveu ajudar a minha mãe a amassar os bolos. Um carrinho de bebé encontrava-se estacionado à porta da casa de forno. Não tendo comida para dar à criança de tenra idade, o jovem casal da Moldávia aventurou-se no roubo de fruta. Nada de fazer mal.

Acordei espantada com a bela história digna de romance policial e comédia ao mesmo tempo que o meu subconsciente me preparou.

No comments: