Thursday, October 27, 2011

“A Trilogia De Nova Iorque” (impressões pessoais)





Está assim concluída a leitura de mais uma obra. Nem gostei nem desgostei de a ler. Teve alguma emoção e foi interessante em certos aspectos.

Nesta obra clássica do norte-americano Paul Auster estão presentes três histórias independentes umas das outras mas afinal, e segundo o autor, são a mesma história.

As três histórias de facto têm muito em comum. Desde logo, em minha opinião, terá sido usado um mesmo tema para as elaborar- o que por si só já foi uma brilhante ideia. Qual terá sido o tema? A perda de identidade? Mudança de identidade? Encarnar a vida do outro?

Nas três histórias temos três homens que investigam outros três homens. O primeiro recebe um telefonema estranho e persegue um homem até cair em desgraça sem saber mais quem é. O segundo recebe uma proposta choruda para investigar também um homem com uma vida monótona. No final descobre que o homem que o contratou é o mesmo que queria que seguisse e, ele próprio ,estava-lhe a seguir os passos. Na terceira história, um romancista é levado pela mulher do seu melhor amigo a publicar o que ele deixou escrito quando desapareceu. O escritor deixa-se levar e é embrenhado na vida do outro até cair em desgraça.

Nas três histórias há uma perda de identidade, uma degradação social inerente a essa mesma perda de identidade, a confusão…

A ilação que tiramos da leitura desta obra é a de que as coisas são o que lhes queremos chamar e que existem independentemente do nome que lhes damos.

Esta narrativa está muito bem conseguida, bem fluente. É uma forma de manter a atenção do leitor, mesmo que nada de interessante se esteja a passar.

Destaco dois episódios que li neste livro e que me saltaram à vista. O primeiro prendeu-se com o facto de, a certa altura, o personagem referir que, quando estava a fazer algo que não fosse escrever, sentia uma enorme inspiração para a escrita. Quando finalmente se sentava com o propósito de escrever, surgia um vazio de ideias. Isso às vezes também me acontece. Quantas vezes ando eu pela rua e sinto uma vontade irresistível de escrever sobre tudo e mais alguma coisa? Muitas vezes chego a casa, ligo o computador para escrever e a inspiração esfuma-se num ápice. Por que é que isto acontece?

O segundo episódio que destaco é o que eu referi no texto anterior e que deu origem a parte do sonho nele descrito. Que bela ideia, a do personagem da terceira história! As pessoas não queriam responder aos questionários e eles tinham de ser feitos? Toca de inventar uns nomezitos e umas moradas. Deve ser interessante, não haja dúvidas!

Já que adorei ler “Anjos E Demónios” de Dan Brown, vou ler mais uma obra do mesmo autorr. Espero que seja tão ou mais interessante do que esta.

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