Thursday, October 27, 2011

Sonhos em dia feriado

Este dia foi aproveitado para descansar das agruras dos dias anteriores. Dormir até mais não poder era do que eu precisava para acalmar.

Como dormi mais horas, naturalmente que as aventuras oníricas foram mais que muitas. É mesmo uma longa jornada de acontecimentos, cada um mais estranho do que o outro.

Sonhei que estava aqui na minha cama. No meu sonho eram dez da manhã mas, na realidade, não sei precisar a que horas se deu o sonho. Sei que ouvia imenso barulho nos corredores da residencial.

Quando saí para ir a casa de banho, estava um casal já de certa idade a conversar com a senhoria.

Quando estava muito descansada na casa de banho, aqueles dois elementos desconhecidos, não sei como, abriram-me a porta de rompante. Que descaramento! Eu fechei-lhes imediatamente a porta na cara sem mais rodeios. Fechei-a a pontapé mesmo, tal era a minha indignação por me terem invadido a privacidade. Ia protestando e mandando-os mesmo para locais onde eles não gostariam mesmo nada de ir.

Enquanto resmungava e me preparava para tomar banho, a velha ia também tecendo o seu discurso do lado de fora da porta. Acusava esta juventude de agora de ser uma cambada de malandros, que a uma hora destas eu ainda me estava a levantar em vez de já estar quase com meio dia de trabalho. Enfim…eu não estava a gostar nem um pedacinho daquela conversa.

Quando acabei de tomar banho e vim para fora, a minha senhoria informou-me que aqueles senhores eram os verdadeiros donos da residencial. Fiquei boquiaberta porque sempre pensei que era ela a dona daquilo. Afinal só era uma simples funcionária deles. Explicou-me também que eles iam subir a renda em onze euros e, dali em diante, havia que comprar um brinquedo e entregar-lho. Essa era boa! Em troca receberia um jornal com notícias de associações de solidariedade social que deveria ajudar com esses brinquedos. Em segredo, a minha senhoria foi buscar uma pequena bola branca de borracha, daquelas que saltam imenso, e entregou-ma para oferecer àquele casal de quem eu não estava a gostar mesmo nada. Cambada de mexeriqueiros que não têm mais que fazer e chateiam quem anda farto de trabalhar e quer paz e sossego.

Mudemos de cenário onírico. Agora o sonho passa-se numa rádio nova onde a minha amiga Cristina que eu já não vejo há anos se encontrava a trabalhar. Que diferente ela estava! Havia casado novamente e a voz estava diferente, mais madura.

Ela apresentou-me um rapaz que fazia a técnica do seu programa. Chamava-se Bruno. Era bom rapaz e muito bonito mas…tinha um mau hálito que ninguém aguentava.

Estava la também um colega nosso que conhecemos na ACAPO e que eu não vejo também há imenso tempo. Ele é advogado. Ficou célebre entre a comunidade deficiente visual por ter entrado em campo para jogar Futebol com a bengala branca.

Ele e Cristina preenchiam formulários, tipo censos. Já sei de onde veio esta parte. Veio do livro que ando a ler. Eu disse aos meus companheiros que fizessem exactamente a mesma coisa que o personagem criado por Paul Auster, que inventassem pessoas para preencher os formulários. Com a criatividade e bom humor que se lhe reconheciam, Cristina faria ali um trabalho memorável.

Quando cheguei a casa, fui confrontada com a notícia de um surto de papeira que alastrava por Anadia e arredores. Muita gente já havia adoecido de um momento para o outro. Eu também poderia adoecer. Nunca tive nada daquelas doenças infantis em criança.

Acordei. O dia estava mesmo quente. Tive de sair para a rua. Havia que estar presente na assembleia da ACAPO. Lembrar-me ia do da parte do preenchimento dos questionários que atribuí à leitura. O psicólogo também preenchia formulários naquela tarde. Que engraçado!

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